A Função da Verdadeira Nobreza no Século XXI
2ª Parte
por Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Andre III Trivulzio-Galli, 14º Príncipe de Mesolcina, de Mesocco, de Trivulzio-Galli e do Sacro Império Romano-Germânico.
Nesta segunda parte desta análise sobre a função da Nobreza de Sangue em nossos dias, iniciarei dês de logo fazendo uma pergunta muito simples: Mas afinal, o que difere um Nobre de um não-Nobre?
Muito diriam, e com toda a razão, "é o sangue". Realmente esta resposta está correta, porém não está completa. O sangue Nobre é sim fundamental para a existência de uma classe social distinta e hereditária, como é a Nobreza, porém não é apenas o Sangue-Azul, é este somado a VIRTUDE.
Mas afinal, o que vem a ser a 'Virtude da Nobreza'? A Virtude, tipicamente Nobre, é um conjunto de valores sociais e humanos, que devem diferenciar os Nobres, dos que não o sejam. Não que os que não possuam Nobreza não possam ser pessoas virtuosas, é claro que podem, e diria ainda mais, deve ser pessoas virtuosas. Mas nisto está a diferença destes para com os Nobres, as pessoas comuns podem ser virtuosas, os Nobres devem ser virtuosos. Os primeiros têm a opção de sê-los. Os segundos, devem o ser por obrigação.
A Virtude da Nobreza deve ser uma coragem natural, que anima o corpo físico do Nobre, e que o faz, mesmo quando está com medo, somente demonstrar coragem e ousadia para quem o cerca. É esta coragem, quase que sobrenatural, que animou por dois séculos os Nobres da Europa, e abandonar seus lares e suas famílias, e ir perder a vida em defesa da Santa Igreja Católica, lutando contra os mouros nas Cruzadas.
É esta mesma força de espírito, que animava os Nobres da Idade Média. Muitas vezes, por descuidos da vida, somos levados a praticar contravenções à lei vigente. Durante a Idade Média, algumas destas contravenções levavam o praticante à execução pública. Realmente haviam dois tipos de execução: os plebeus eram executados pela forca; os Nobres, eram decapitados com o machado. Muitas pessoas questionam o motivo, de não serem todos executados como os Nobres. Porém esta pergunta tem uma simples resposta: é que para a decapitação com o machado ser bem sucedida, era imprescindívem que o condenado se mantivesse firme, tranquilo, sem se movimentar, para que o carrasco não errasse o golpe. Tal tranquilidade somente poderia se encontrar entre os Nobres, portadores da Virtude da Nobreza.
Como muito bem nos diz São Carlos Borromeo: "Por fim, o último benefício a se considerar na Nobreza é que, assim como a pedra preciosa refulge mais quando engastada em ouro do que em ferro, assim as mesmas Virtudes são mais esplendorosas no Nobre que no plebeu; e à Virtude junta-se à Nobreza como o maior ornamento dela."
CONTINUA...
Nenhum comentário:
Postar um comentário