A Mão negra é um artefato histórico, cuja origem é desconhecida. Trata-se, porém, de uma mão humana decepada e mumificada, que, com o passar dos séculos, adquiriu uma característica cor escurecida, vindo daí seu epíteto: a mão negra. Pelo pequeno tamanho, supõe-se tratar-se da mão de um jovem.
A lenda, contada para as crianças, é que a mão negra pertencia a um jovem nobre medieval, filho de um Cavaleiro, cujo pai, agindo com felonia contra o Príncipe D. Gian Giacomo II Trivulzio, era um mal cavaleiro. A esposa do dito cavaleiro, angustiada pela vilania do marido frente ao Príncipe de Mesolcina, seu Grão-Mestre, colocava-se em constante oração, na tentativa de converter o marido a ser um bom Cavaleiro. Todavia, essa atitude apenas fazia as maldades do cavaleiro piorarem, e o mesmo começou a maltratar a esposa.
Movido pelo mau exemplo do pai, o filho do casal ousou levantar a mão em agressão contra a mãe, pecando contra o IV Mandamento. Isso não passou despercebido pelos servos do casal, que buscaram o Bailio (representante do Marechal Judiciário do Príncipe de Mesolcina) e denunciaram a agressão do filho contra a mãe. Durante a investigação que foi imediatamente instaurada pelo Bailio, apurou-se a felonia do pai-cavaleiro e a agressão feita pelo filho contra a mãe, levando o Marechal Judiciário a agir em nome de seu Príncipe condenando ambos.
A mão negra de Mesolcina |
Reuniu-se todo o povo e, diante da multidão, o verdugo decapitou o cavaleiro pela acusação de traição contra o Príncipe e decepou a mão do rapaz que ousou agredir a própria mãe. A mão, ao invés de decompor-se, misteriosamente permaneceu intacta como um aviso a todos os jovens do que iria acontecer, caso pecassem tão gravemente levantando a mão contra seus pais.
Desenho representando a cabeça decapitada do mal cavaleiro, junto da mão de seu filho, sendo apresentada ao Marechal Judiciário do Príncipe de Mesolcina |
Com o passar dos anos, a mão mumificou-se e passou a ter um aspecto escurecido, lhe valendo seu nome "a mão negra", ou, schwarze Hand em alemão. O sinistro artefato foi mantido no Castello di Mesocco e depois transferido para o Castello Trivulzio, em Roveredo. Depois, como uma recordação da justiça, foi levado para as demais residências principescas da Casa de Mesolcina ao longo dos séculos, sempre acompanhada da sua lenda que é um aviso aos Cavaleiros, de que sempre devem honrar e obedecer ao seu Grão-Mestre, e as crianças, de que esse é o destino que espera os que agredirem seus pais.