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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Proponho hoje a vocês, Fiel Leitores deste Blog de Cavalaria, a Mensagem a nós enviada por DOM FARÈS MAAKAROUN, Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Greco Melquita, que como todos sabem representa o Rito Oriental dentro do Ceio de nossa amada Igreja Católica Apostólica Romana.


Dom Farès Maakaroun é Cavaleiro-Capelão da Grã-Cruz da Sacra Ordem Dinástica, Equestre, Militar e Hospitalar da Milícia de Jesus Cristo e de Santa Maria Gloriosa, a Sacra Milícia, e representa no Brasil o Patriarca Gregório III, da Igreja Católica Greco Melquita.

Exaltação da Santa Cruz:
A Cruz é o Símbolo Supremo do Amor.

O Filho de Deus tornou-se vulnerável, assumindo a condição de servo, obedecendo até à morte e morte de Cruz” (Fil. 2,8).
Quando o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte, a criatura, amada de Deus, não perdeu totalmente sua Beleza: Ao contrário, recebeu um Amor Maior: “Ó feliz culpa que nos mereceu um tão Grande RedentorÉ o Cristo Ressuscitado que cura as feridas e salva os filhos e filhas de Deus, salva a humanidade da morte, do pecado e da escravidão das paixões. Deus poderia ter escolhido outros caminhos para nos salvar, mas escolheu o Caminho da Cruz, do Sofrimento. “Como é admirável possuir a Cruz! Quem A possui, possui um Tesouro!


É pela Cruz, de Nosso Senhor Jesus Cristo, que estamos salvos. O instrumento de suplício tornou-se fonte de Vida, de Perdão, de Misericórdia, sinal de Reconciliação e de Paz.
Nós sabemos que, no tempo de Jesus, a Cruz consistia numa haste vertical fixada no chão e uma trave horizontal, que era carregada pelo condenado até o local do seu suplício. O condenado era preso na trave e era levantado. Jesus carregou a trave horizontal de Jerusalém até o Monte Calvário, local de Sua Morte. Nós, também, Discípulos de Jesus, precisamos estar dispostos a carregar a nossa Cruz, acompanhados de Cristo, com a certeza da Vitória Final, da Ressurreição.
Para ser curados do pecado, olhamos para Cristo Crucificado!” Levantando os olhos para o Crucificado, adoramos Aquele que veio para assumir, sobre Si, o pecado do mundo e dar-nos a Vida Eterna.

A Cruz convida-nos a dar Graças a Deus, porque de uma árvore que trouxera a morte surgiu novamente a Vida. É sobre este Madeiro que Jesus nos revela a Sua Soberana Majestade, nos revela que Ele é Exaltado na Glória. Sim, “Vinde, adoremo-Lo!”. No meio de nós, encontra-se Aquele que nos amou até ao ponto de dar a Sua Vida por nós, Aquele que convida todo o ser humano a aproximar-se d’Ele com confiança.
Todos nós somos chamados a mostrar o Rosto de um Deus que Ama, manifestado em Jesus Cristo. Saberemos nós entender que, no Crucificado do Gólgota, a nossa dignidade de filhos de Deus, ofuscada pelo pecado, nos foi restituída? Voltemos o nosso olhar para Cristo. É Ele que nos fará livres para amar como Ele nos ama e construir um mundo reconciliado. Pois, nesta Cruz, Jesus tomou, sobre Si, o peso de todos os sofrimentos e injustiças da nossa humanidade.


O Caminho da Cruz, também, se torna um Caminho de Luz, Caminho de Ressurreição. Quem quer seguir Jesus, precisa negar a si mesmo, pegar a sua Cruz, do dia a dia, e segui-Lo. O Discípulo de Cristo precisa segui-Lo em todas as circunstâncias, não só nos momentos alegres, mas também nos de dificuldade. Precisamos assumir a nossa Cruz e seguir Jesus oferecendo nosso sofrimento, em união com a Cruz d'Ele.
Toda a nossa Glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. N'Ele está a nossa Salvação, Vida e Ressurreição. Por Ele fomos salvos e livres.

Amém! Aleluia!

Dom Farès Maakaroun
Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Greco-Melquita no Brasil, Cavaleiro-Capelão da Grã-Cruz da Sacra Milícia.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ZOG I, DA ALBÂNIA, REI, MUÇULMANO E LAZARISTA


A história que contarei hoje a meus Heróico Leitores tem seu título e conteúdo na publicada pela Revista Atavis et Armis, do Grão Priorado do Reino da Espanha, Edição número 24. Contaremos sobre a vida de um Cavaleiro Lazarista, que apesar de não ser Católico, nem ao menos Cristão, deu um grande exemplo de amor a seu povo e de Serviço a sua nação.

A Ordem de São Lázaro de Jerusalém tem se caracterizado, dês das suas origens, por ser uma Ordem Fiel aos Papas da Santa Igreja Católica Apostólica Romano, porém sempre com uma forte vocação Ecumênica. Esse seu Carisma, reconhecido através de sua Carta Magna, e por sempre fazer Cavaleiros e Damas de diversas fontes do Cristianismo, faz da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém a mais antiga Ordem de Cavalaria do mundo (se levarmos em conta a sua fundação no século I) e a única Ecumênica.

A Ordem marcha na Terra sempre abaixo da Proteção da Santa Cruz, porém seus braços abrigam a todos os que crêem no Deus Único e Verdadeiro. Mesmo assim, sempre fora necessário ser Cristão, membro de alguma Igreja tradicional e reconhecida pela Ordem para tornar-se um Lazarista, a exceção de Zog I, Rei da Albânia, que embora muçulmano, teve a graça de tornar-se Cavaleiro da Milícia e do Hospital.

Nascido Ahmet Zogolli, em 8 outubro de 1895, filho de Xhemal Pasa Zogolli, não nasceu príncipe, como a maioria dos demais Reis, seu pai era um grande proprietário de terras, que detinha Poderes Feudais na região albanesa de Mat, em um tempo em que a Albânia era uma província do decadente e arruinado Império Otomano.

Educado na Academia Imperial Galatasaray de Constantinopla. Após a I Guerra da Albânia, em que o país consegue uma precária independência e torna-se dependente do Império Austro-Húngaro, Zog é transferido para o Imperial e Régio Exercito da Áustria e Hungria, onde tornou-se Coronel. Após a queda da Monarquia na Áustria, em 1919, Zog retorna a Albânia, que agora é dependente dos Reis da Itália. Seu irmão mais velho, renunciado seus direitos feudais o torna Bey (governador hereditário) da cidadela de Mat, que na realidade era governada por suas três irmãs mais velhas.


Zog I e suas irmãs

A Albânia torna-se uma efêmera república, na qual Zog tem grande carreira política sempre apoiada pela Nobreza do país. Torna-se Governador, e Presidente da Albânia em 21 de janeiro de 1925, para um mandato de 7 anos.

Em 1º de setembro de 1928 é abolida a república na Albânia, sendo adotada a Monarquia Constitucional, e Zog é Eleito como Rei Zog I, dos Albaneses. Seu governo marcou grandes reformas. Apesar de ser o único Rei muçulmano da história de Europa, proibiu o véu islâmico para as mulheres da Albânia, proibiu os maus tratos aos animais, e gralduamente extingui o Sistema Feudal da Albânia.



No dia de sua Coroação, prestou juramento sobre a Bíblia e o Alcorão. Liberou o Culto Católico no Reino, e em 1929 aboliu a Lei Islâmica na Albânia. Seus atos pró Cristianismo foram as bases legais para a Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém lhe homenagear incluindo ao Rei entre os Lazaristas do Grão Priorado da França, e a Rainha-Mãe entre as Damas de Honra da Ordem.


Zog I perdeu seu trono para o Rei o Rei Vítor Emanuel III, da Itália, que a pesar da grande popularidade do Rei Zog I, foi recebido com aplausos pelos Albaneses que viam com bons olhos a Monarquia Católica da Casa de Savoia da Itália.

O Rei Zog I partiu com a família para o exílio, primeiro em Londres, depois no Egito, após nos Estados Unidos, até finalmente ter residência fixa na França, onde faleceu, em 6 de abril de 1965, aos 61 anos de idade. 

Zog I, Rei dos Albaneses é exemplo de Cavaleiro Lazarista, engajado na luta pela liberdade de Culto, e pelo bem de sua Nação.  

domingo, 25 de setembro de 2011

NOVA SEDE DA ORDEM NA ESPANHA


DIRETO DA ESPANHA

A nova Sede do Grão Priorado da Espanha da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, o Monastério de São Domingo o Real, que fica na Rua Claudio Coello, 112, Madri, é uma das grandes jóias arquitetônicas da Capital del Reino de Espanha.

Faxada da Igreja do Monastério

Como é sabido a todos os meus Heróico Leitores, a Sede do Grande Magistério fico na Espanha, logo, a Sede do Grão Priorado da Espanha é tido como a Sede Administrativa da Ordem IN TOTO ORBE. A partir de agora, conheceremos um pouco mais da história del San Domingo, El Real.


Entrada do Monastério

Fundado em 1212, por São Domingos de Guzmán para os monges de sua Ordem, fora doado pelo mesmo santo, um ano mais tarde para as Monjas, logo, trata-se do mais antigo mosteiro para religiosas de toda a Península Ibérica. Primeiramente dedicado a São Domingos de Silos, após a morte de seu fundador a mosteiro fora novamente dedicado, desta vez a São Domingos, o Real.

Em 1258 fora reedificado, desta vez com um edifício maior. Durante a Guerra da Independência Espanhola fora utilizado como quartel pelas tropas francesas, que o pilharam e queimaram seus arquivos.

Armas do Grão Priorado da Espanha

Restaurado pela Rainha Isabel II e pelo Rei Fernando VII, fora saqueado e incendiado pela revolução de 1868. Reconstruido em 1882, sendo novamente maltratado pela revolução de 1936, fora novamente restaurado em 1943.

Guarda em seu interior uma das grandes "jóias" da Coroa de Suas Majestades Católicas, a Pia Batismal onde são batizados todos os Reis da Espanha, de Fernando III, O Santo, até o atual Rei Juan Carlos I, bem como seus filhos.

Bela imagem da entrada do Monastério, com as Bandeiras
do Reino da Espanha e da Ordem de São Lázaro

O Monastério fora confiado a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, pois esta mostrou-se a mais apta a zelar por seu patrimônio milenar, e é motivo de orgulho para todos nós que fazermos parte de uma Ordem, que sendo reconhecida pelo último Rei Católico do Mundo, é tida como a mais nobre por todos nós, seus devotos cavaleiros.

SUGESTÃO LITERÁRIA

Recebi na tarde de ontem um e-mail de meu caro e dileto amigo, o Chanceler do Brasil da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, em que recomendava, aos Heróico Leitores deste Cavalheiresco Blog um livro, que narra um pouco da história da Milícia e do Hospital, vamos a ele:

Livro: OS MONGES GUERREIROS E A MILÍCIA DE CRISTO
Autor: Conde William C. MARMONTI
Editora: TOTALIDADE



"Este livro conta a história (documentada) das Ordens de Cavalaria surgidas em Jerusalém, que estão em atividade até hoje. Contém um capítulo (grande) sobre a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém (inclusive no Brasil).
O livro hoje só se consegue nos SEBOS (pois a editora fechou).
Um grande abraço, I. C. Chanceler do Brasil"

EU RECOMENDO!

sábado, 24 de setembro de 2011

MISSA DA RESSURREIÇÃO DE SÃO LÁZARO


Missa da Ressureição de São Lázaro de Jerusalém, de Dom Fares Maakaroum, por Sua Excelência o Chanceler do Grão Priorado do Brasil da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém


Todos os anos, no Sábado anterior ao Domingo de Ramos ocorre a celebração da Ressurreição de São Lázaro, na Catedral (Eparquia) Greco-Melquita Nossa Senhora do Paraíso, que pertence ao ritual bizantino mais tradicional da Igreja Católica, na Semana Santa ocorre a Missa da Ressurreição de São Lázaro, sempre às 12:00 hs (meio dia).
Conforme o evangelho de São João, após Jesus ressuscitar São Lázaro na cidade de Betânia, ele entra em Jerusalém para a celebração da Páscoa judaica, sendo aclamado pelo povo com ramos de palmeiras. Por este motivo histórico, esta missa é celebrada pelas igrejas cristãs orientais sempre no Sábado anterior ao Domingo de Ramos.


Dom Fares Maakaroun, Arcebispo Greco Melquita responsável por esta comunidade em todo o Brasil e Cavaleiro da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, viveu alguns anos na cidade de Jerusalém, visitando inúmeras vezes a cidade de Betânia, principalmente o local onde Jesus ressuscitou São Lázaro. Saliento ainda que a Ordem de São Lázaro foi criada por Padres Melquitas na cidade de Jerusalém para cuidar de doentes leprosos (hoje conhecidos como hansenianos) em época anterior às Cruzadas, sendo que os Patriarcas Melquitas são os líderes espirituais mundiais da Ordem de São Lázaro até os dias atuais. 

Além desta data, São Lázaro é comemorado pelos Cristãos Latinos (ocidentais) no dia 17 de dezembro (possivelmente a data da segunda morte de São Lázaro, pois da primeira morte ele foi ressuscitado por Jesus).

Também se comemora o dia de São Lázaro no dia 29 de Julho, com o dia de Santa Marta, juntamente com sua irmã Santa Maria de Betânia, ou seja, se comemora o dia da Família de São Lázaro.
  

HISTÓRICO DA ORDEM MILITAR E HOSPITAR DE N.S. DO CARMO E DE SÃO LÁZARO DE JERUSALÉM, BOIGNY E MESOLCINA

Aos meus heróico leitores proponho hoje o Histórico da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, descrito pelo Conde Ivair Antonio Cantelli, dedicado membro da Delegação Brasileira das Ordens Dinásticas da Principesca e Ducal Casa de Mesolcina.


Histórico da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina
Por Sua Excelência o Chanceler da Delegação Brasileira das Ordens Dinásticas da Casa Principesca de Mesolcina




Conforme afirmação de Belloy de Toulouse Pierre em seu livro “As Origens e Instituições das Diversas Ordens de Cavalaria, tanto as Eclesiásticas como as Leigas”, a origem da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jeruzalém data do ano 72, instituída para a defesa dos Cristãos, que após a morte de Jesus Cristo, foram perseguidos pelos saduceus, fariseus e pelos romanos. É certo também que, segundo São Gregório de Nazienze, na periferia de Cesaréia, existia um magnífico Hospital, tão grande que se assemelhava a uma cidade, cuja construção havia sido iniciada no ano 370 por São Basílio, que acolhia sem distinção todos os doentes e peregrinos, inclusive os que tinham adquirido Lepra.  Desta dedicação e fé de São Basílio foram construídos em muitas outras cidades, hospitais leprosários denominados de São Lázaro (irmão de Marta e Maria, que foi ressuscitado por Jesus Cristo).

  Maimbour em seu livro “História das Cruzadas” escreve sobre os Cavaleiros de São Lázaro e os Cavaleiros de São João de Jeruzalém (conhecidos como Cavaleiros de Malta) e afirma que os Cavaleiros de São Lázaro são os mais antigos Hospitalários que se estabeleceram na Palestina, informando também que os Cavaleiros de Malta tiveram sua origem nos Cavaleiros de São Lázaro.

Antes das Cruzadas, existia em Jeruzalém, fora dos muros da Cidade Santa, um Hospital para Leprosos colocado sob a proteção de São Lázaro e dirigido pela Jurisdição dos Patriarcas Greco-Melquitas de Jeruzalém.

O papel hospitalar da Ordem de São Lázaro era muito importante, pois além dos leprosos tratados, os cavaleiros de outras ordens de cavalaria acometidos de lepra deviam se recolher ao hospital de São Lázaro. No período das Cruzadas, com a necessidade de defender o hospital, levou os internados mais válidos e mais robustos a formar uma milícia com armas em mãos para se defender dos ataques dos sarracenos. A partir disto, a Ordem de São Lázaro assumiu também o caráter militar.

O Rei São Luiz, quando foi à Terra Santa nas Cruzadas, fez-se acompanhar dos Cavaleiros de São Lázaro, nas batalhas que tentaram bloquear a marcha muçulmana.

Durante a Guerra dos Cem Anos, muitos Cavaleiros de São Lázaro foram companheiros de batalha de Santa Joana D’Arc, no cerco da cidade de Orleans.

A Ordem de São Lázaro também lutou bravamente na batalha Naval de Lepanto, onde os muçulmanos pretendiam invadir a Europa para aniquilar o cristianismo, batalha esta que o Papa São Pio V dedicou a vitória a Nossa Senhora do Rosário.

No século XV a cruz latina usada na idade média, adquiriu a forma de uma cruz de oito pontas, conhecida como cruz de malta, tal como existe nos dias atuais.

A Ordem de São Lázaro formou uma frota de guerra que combatia os piratas no Atlântico e em 1667 fundou uma Academia da Marinha em Paris

Vários Papas escreveram Bulas Pontifícias para a Ordem de São Lázaro e pela Bula do Papa Clemente XIV em 1772, a Ordem de São Lázaro deixou seu caráter de ordem religiosa, tornando-se ordem leiga.


Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a Ordem de São Lázaro organizou um Corpo de Ambulâncias para as frentes de batalhas, formando um Corpo de Voluntários que rendeu grandes serviços humanitários durante os bombardeamentos. Nestas ações, muitos cavaleiros deram suas vidas, sendo que nesta guerra outros cavaleiros morreram em campos de concentração.

Em agosto de 1965, o Patriarca Greco Melquita Máximus IV, recebeu na cidade de Harissa, o Grão Chanceler da Ordem de São Lázaro, Coutant de Saissel, que veio especialmente à Terra Santa para abençoar a Bandeira da Ordem. Em outubro de 1965, esta mesma bandeira abençoada da Ordem de São Lázaro foi depositada sobre o túmulo do Santo Sepulcro e sobre o túmulo onde São Lázaro foi ressuscitado, na cidade de Betânia.

No decorrer da história ficaram reservados aos Cavaleiros de São Lázaro a ajuda aos hospitais, leprosários, no auxílio aos soldados feridos em guerras e na proteção dos Lugares Santos. Os Cavaleiros de São Lázaro sempre foram incorporados como Guardas do Corpo Real, tanto na guerra como na paz.

As festas da Ordem de São Lázaro eram sempre realizadas nos dias de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) e no dia de São Lázaro (17 de dezembro), solenemente celebrada na Igreja de Saint Germain dês Pres, em Paris.

A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jeruzalém :
É uma ordem militar, pois no decurso de sua história, seus cavaleiros defenderam com armas nas mãos as terras cristãs;
É uma ordem hospitalar, uma vez que sua existência foi dedicada ao serviço dos doentes, dos enfermos e dos leprosos. Sua luta atual ainda é em prol da caridade;
É uma ordem nobilar, decorrente do fato de haver exercido uma soberania nas classes nobres;
È uma ordem cristã, ligada ao Catolicismo, e também com grande carinho pela Igreja do Oriente sob a proteção do Patriarca Católico Greco Melquita, com suas origens na Terra Santa;
É uma ordem internacional, pois no decorrer da história estabeleceu-se em diversos reinos e estados da cristandade, com seus membros pertencentes a diversos países.

Cruz heráldica da Ordem
           
No Brasil, conforme consta em Diário Oficial da União de 15 de maio de 1936, o Presidente Getúlio Vargas condecorou com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, uma comitiva da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, reconhecendo nossa Ordem na Heráldica Nacional Brasileira. Em setembro de 1973 foi instituída uma delegação no Brasil, sob a chefia do Conde Jacek Pawel Zainiswick. Em 10 de julho de 1978, pelo Decreto Magistral No. 78/03, a delegação do Brasil foi elevada a Delegação Nacional, sob o Comando do Cavaleiro Grã Cruz da Categoria de Mérito Comendador Raymond Youssef Kenj, que possuía uma Comendadoria, em vida, na Ordem do Monte Carmelo e de São Lázaro, além de ser Cavaleiro da Grã-Cruz Draconiano da Ordem de São Teodoro Mártir.

Brasão de Armas do Comendador Raymond Youssef Kenj

Este grande Cavaleiro que foi Raymond Youssef Kenj sempre lutou para esclarecer que a única verdadeira Ordem continuadora do Lazarismo, para além da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, da Real Casa de Savoia, é a Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, da Principesca e Ducal Casa de Trivulzio-Galli de Mesolcina, deixando claro que não existe nenhum "grão-priorado do Brasil da Ordem Militar de São Lázaro de Jerusalém".

 O Comendador Kenj falecido no dia 03 de julho de 2009, sendo que dedicou sua vida em prol do crescimento e desenvolvimento das Ordens Dinásticas da Principesca e Ducal Casa de Trivulzio-Galli de Mesolcina no Brasil.

Após a morte do Comendador Kenj, o VIII Conde de Rubbiano tornou-se o principal referencial para o Lazarismo no Brasil.

Gostou da história da Ordem do Carmo e de São Lázaro no Brasil? Quer ser um Cavaleiro ou Dama? Escreva para o e-mail: ordinidinastici@gmail.com 

       

domingo, 18 de setembro de 2011

ARMAS DOS MEMBROS DA ORDEM II

Para corresponder aos pedidos dos Fiéis Leitores deste Cavalheiresco Blog, postarei a II reportagem acerca dos Brasões d'Armas dos Membros da Ordem da Milícia e do Hospital (Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém).

A Heráldica é e sempre foi um assunto de grande interesse entre as Ordens de Cavalaria, pois como a Ciência que nasceu nas Santas Cruzadas, é ainda hoje a memória dedicada ao culto dos grandes feitos dos antepassados.

Caso algum de meus heróico leitores seja membro da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, segundo a Obediência Malta-Sevilha, que tem como Príncipe e Grão Mestre Dom Carlos Gereda de Bourbon, Marquês de Almanzán, mande-me o seu Brasão d'Armas, para que possa somá-lo a esse série de reportagens.

Um Fraternal e Cavalheiresco abraço, bom Domingo a todos,
Att. Príncipe Andre Prinz von Trivulzio-Galli



O primeiro brasão d'Armas que proponho a meus fiéis leitores é o de Sua Alteza Real o V Duque de Sevilha, XLVIII Príncipe e Grão Mestre da Ordem, hoje Grão Mestre Emérito. 

O segundo pertence a Sua Majestade Real o Rei Simeão II, da Bulgária, Cavaleiro do Grão Colar.

O último pertence a Sua Alteza Real o Príncipe Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu, Infante Real de Portugal. Cavaleiro Grã-Cruz de Justiça de São Lázaro de Jerusalém.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ARMAS DOS MEMBROS DA ORDEM I



A postagem de hoje é dedicada a todos os amantes da Heráldica, Ciência Heróica dedicada a resguardar a memória das Linhagens e Casas Nobres de todo o Mundo Cristão, especialmente da Europa.

Como é do conhecimento de todos vocês, heróicos leitores, os Membros da Milícia e do Hospital de São Lázaro de Jerusalém possuem o direito de utilizarem um Brasão d'Armas, independente do Posto que ocupem dentro desta Ordem, também independe se são da Nobreza ou são plebeus.

Esta é a primeira de uma série de postagem sobre as Armas dos membros desta tão nobre Ordem. Todas estas postagens serão identificadas pelo Marcador ARMORIAL DA ORDEM, o que facilitará a busca de meus heróicos leitores neste blog.

Hoje proponho a meus heróicos leitores três brasões d'Armas. O primeiro pertence a nosso 49º Príncipe e Grão Mestre, o ilustre sr. Marquês de Almanzán. O 2º pertence ao Protetor Espiritual da Ordem, e finalmente o último pertence ao Juiz de Armas do Grão Priorado da Espanha, o Dr. José Maria de Montells y Galán, Visconde de Portadei, pelo Reino da Geórgia.

49º Príncipe e Grão Mestre, o ilustre sr. Marquês de Almanzán

 Patriarca Gregório III,
Protetor Espiritual da Ordem

Visconde de Portadei

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ORDEM HOSPITALAR OU ORDEM HOSPITALÁRIA, QUAL É O CORRETO?


Muitas vezes vemos diferentes grafias do nome da Ordem da Milícia e do Hospital de São Lázaro de Jerusalém, alguns a escrevem como Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, outros como Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém, mas afinal, qual é o certo?

A riqueza da Língua Portuguesa nos permite escrever o mesmo termo com variedades de grafia, o que não ocorre nas linguas não românicas, como o inglês ou o alemão, por exemplo.

O nome da Ordem de São Lázaro, ao ser traduzido para o vernáculo de determinado país, deve adaptar-se a este, da melhor forma possível, assim, o nome latino da Ordem, em sua versão oficial ORDO MILITARIS ET HOSPITALARIS SANCTI LAZARI HIEROSOLYMITANI, passou a ser traduzido para o inglês como "Ordo Military et Hospitaller Sancti Lazari of Jerusalem", ou para o espanhol como "Orden Militar y Hospitalaria de San Lázaro de Jerusalén". Mas como proceder em um caso como o do Brasil, em que o termo latino HOSPITALARIS possui duas formas aceitas, HOSPITALAR e HOSPITALÁRIA?

No Brasil ambas as formas são aceitas, pois nenhuma delas pode ser considerada errada. Caso semelhante ocorre com a Soberana Ordem Militar e Hospitalária de São João de Jerusalém Rodes e Malta, cujo nome pode ser grafado como Hospitalária ou Hospitalar.

Em vários documentos oficiais, como o Decreto de 5 de Fevereiro de 1997, pelo qual a República Federativa do Brasil declara a Utilidade Pública da Ordem de São Lázaro, é escolhido o termo Hospitalar para figurar como o oficial no Brasil, porém a utilização do termo Hospitalária não é equivocado, e é até o preferido de muitos irmãos de hábito da Ordem da Milícia e do Hospital, que o consideram mais tradicional, ou pelo menos, mais cavalheiresco.

Na conhecida Enciclopédia on-line Wikipedia, existe uma séria confusão entre os termos, pois ao referir-se a Ordem de São João de Malta, é utilizado o termo Hospitalária, e ao referir-se a Ordem de São Lázaro de Jerusalém o termo escolhido é Hospitalar, porém o que os autores das referidas páginas não deveriam ter esquecido, é que estas são as chamadas "Ordens Gêmeas", pois foram fundadas na mesma cidade, Jerusalém, na mesma época, as Santas Cruzadas, pela mesma pessoa, o Bem-Aventurado Blessed de Gerard, e com a mesma finalidade, cuidar dos Cavaleiros feridos ou doentes e proteger os Lugares Sagrados, sendo as duas únicas Ordens de Cavalaria que tiveram ao mesmo tempo as funções de Milícia e de Hospital, logo, as grafias dos nomes de tais Ordens, devem ser sempre escritos de forma similar.

Ainda termos utilizadas como "A Ordem da Milícia e do Hospital",  "A Ordem do Hospital de São Lázaro" ou "A Ordem Militar do Hospital de São Lázaro de Jerusalém" são todos considerados corretos, porém em documentos oficiais, deve-se sempre preferir os termos de "Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém" ou "Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém"  

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

OS INESCRUPULOSOS ORLEANS E A FALSA ORDEM


Várias "ordens", criadas imitando a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém podem ser encontradas com um simples passeio pela internet. Tais ordens surgiram de um longo e doloroso processo, iniciado antes da Restauração da União das Obediências de Malta e Paris, por pessoas sem escrúpulos, que visam enganar a si próprias e ao mundo, com imitações bisaras da Ordem da Milícia e do Hospital.

Historicamente falando, as imitações da Ordem de São Lázaro, muito tem prejudicado a nossa tão nobre Ordem. Tanto assim, que uma falsa corporação lazarista, criado por um sujeito chamado Moser, no princípio do século XX, foi confundida por muito tempo com a nossa verdadeira Ordem, e até hoje dá falsos argumentos aos sujeitos que criticam a Milícia de São Lázaro.

Tais ordens falsas estão muito espalhadas pelos países de todos os continentes, atingindo as almas das pessoas de boa fé, que sendo guiadas por sujeitos sem escrúpulos e sem religião, seguem vivendo iludidas, achando que fazem parte de uma Ordem de Cavalaria, quando na verdade não fazem parte de outra coisa, senão de um circo montado por espertalhões.

A mais perigosa de todas essas "ordens", é a que foi criada por um principezinho da Casa de Orleans, dinastia surgida de Luís Felipe d'Orleans, o duque que para tentar ser Rei da França, votou pela assassinato do Rei Luís XVI, da Rainha e do Rei Luís XVII. Tal dinastia, provinda de um assassino, tenta iludir o povo francês, passando-se pela Casa Real da França, que como todos sabem é a Casa de Bourbon.

Queremos deixar claro que tais fatos nada diminuem a grandeza da Casa Imperial e Real do Brasil, que apesar de ter em seu sobrenome e nome dos Orleans, descendem dos Reis de Portugal, dos Imperadores do Sacrossanto Império Romano Germânico, e da Casa de Bourbon, por meio da Casa Real de Espanha. Logo, os Príncipes do Brasil são exemplos de verdadeiros Católicos, e apesar do parentesco afastado com os regicídas da Casa d'Orleans, tem direito a todo o respeito e admiração, por serem uma das mais importantes e ilustres dinastias do mundo.

A Ordem criada por Carlos Felipe de Orleans, que intitulou-se duque de Anjou, chamada muitas vezes de "obediência de Orleans", nasceu em 2004, quando um pequeno grupo de cavaleiros da antiga Obediência de Paris lançaram o nome do príncipe Carlos Felipe de Orleans para o Grande Magistério, e perderam feio. O pequeno grupo consegui menos de 10% dos votos, contra a esmagadora maioria, obtida pelo V Duque de Sevilha, Eleito 48 Príncipe e Grão Mestre da Ordem Unificada.

Com a derrota, o pequeno grupo não aceitou o vitória incontestável do Duque de Sevilha, e por esse motivo foram expulsos da Ordem por determinação do Duque de Brissac. Os falsários, humilhados pela derrota e posterior expulsão, declararam que seu líder, o príncipe Carlos Felipe de Orleans, que nem sequer havia sido ordenado Cavaleiro de São Lázaro, a partir daquele momento seria o "grão mestre" daqueles 19 ou 20 ex-cavaleiros. O pequeno grupo, espalhando suas falsas idéias, fora condenado pelo Patriarca Gregorio III, Protetor Espiritual da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém, porém nem tal ato obstou aos falsos cavaleiros de espalhar suas idéias pela Europa e América, chegando alguns representantes da falsa ordem Orleans ao Brasil.

Essa "ordem" está passando por momentos de grande dificuldade, as críticas internacionais ao príncipe Carlos Felipe de Orleans, que engana a muitos dizendo ser o duque de Anjou, usurpando o título que verdadeiramente pertence a Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luís Alfonso de Bourbon, Duque de Anjou e de Bourbon, Chefe da Casa Real da França, chegou ao cúmulo do próprio Orleans admitir que a situação era insustentável, e renunciou ao posto de "grão mestre" do pequeno grupo, sendo sucedido por um tio seu, o "conde" de Dobrzensky, que nem ao menos é cavaleiro de São Lázaro.

O príncipe Carlos Felipe de Orleans fora condenado pelos Tribunais Franceses por falsidade, já que mente ser o duque de Anjou. A Duquesa Viúva de Anjou e de Segóvia, Sua Alteza Real Dona Emmanuele Dampierre de Bourbon, avô do verdadeiro Duque de Anjou, condenou publicamente o dito Orleans por indevidamente utilizar o título que pertence a si e a seu neto. O Chefe da Casa de Orleans, que autodenomina-se "conde de Paris", vem demonstrando total apoio as idéias do sobrinho Orleans, por mais ridículas que sejam.

Sua Alteza Real o verdadeiro Duque de Anjou, com a família em companhia do Santo Padre o Papa

A Ordem da Milícia e do Hospital, ou Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém é leal ao verdadeiro Duque de Anjou e de Bourbon, que por ser descendente dos Reis da França e da Espanha, Chefe da Real Casa de Bourbon e da Casa da França, sempre será, assim como seus filhos, S.A.R. o Delfim da França e S.A.R o Duque de Berry, muito querido e estimado pela Ordem da Milícia e do Hospital de São Lázaro       

sábado, 10 de setembro de 2011

A LEGITIMIDADE DA ORDEM MILITAR E HOSPITALÁRIA DE SÃO LÁZARO DE JERUSALÉM, CONFIRMADA PELOS PATRIARCAS CATÓLICO-MELQUITAS


Muitos tem questionado, por total ignorância histórica, a Legitimidade da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém, também chamada Ordem da Milícia e do Hospital. Segundo eles, a Ordem ter-se-ia extinguido após a revolução francesa, quando a Comuna de Paris assinou um ato, claramente ilegal e clandestino, extinguindo as Ordens de Cavalaria Francesas.

Todavia devemos recordar, que a Comuna de Paris não tinha legitimidade para tal ato, pois o Fons Honorum da Ordem pertencia, até então à Casa Real dos Bourbons de França (não à Casa d'Orleãns, como alguns sustentam), cujo representante, Sua Alteza Real o Príncipe Luís de Bourbon, Conde da Provença, 43º Príncipe Grão Mestre da Ordem manteve em nome de seu irmão, o Rei Luís XVI, e mais tarde de seu sobrinho, o Rei Luís XVII.

Após a derrota dos republicanos, e a restauração da Monarquia pelo Imperador Napoleão I, o Conde da Provença permaneceu governando a Ordem no exílio, donde criou pelo menos uma Comendadoria Hereditária na Alemanha, que permanece em funcionamento até hoje. 

Restaurado o Trono da França à Casa de Bourbon, o Conde da Provença, agora como Rei Luís XVIII da França, mantém seu governo como Grão-Mestre da Ordem, pois apesar de sua suposta renúncia ao Magistério, permaneceu como seu Chefe de Ius e de Facto, pois preferiu não Eleger outro para tomar-lhe o lugar. Com a morte de Luís XVIII em 1824, seu irmão o Rei Carlos X manteve-se com pouca atuação junto a Ordem de São Lázaro, que passou a ser governada por uma junta de Cavaleiros, liderada por Jean Louis de Beaumont, Marquês de Autichamp.

O Marquês de Autichamp é um exemplo de Cavaleiro Lazarista, leal às Regras da Ordem da Milícia e do Hospital, Católico devoto, Monarquista convicto, que por sua lealdade incontestável à Casa de Bourbon, vai aos 92 anos lutar pela defesa do Palácio do Louvre, assaltado pela corja revolucionária. Ordenado Cavaleiro em 1783, manteve-se inimigo público de todos os membros da família Orleans, que por meio de Luís Felipe, o chamado rei dos burgueses, destroem os ideais da Cavalaria e da Religião. Vendo-se abandonado pelo legítimo Rei da França, Henrique V, Conde de Chambord, que estando em exílio por conta da usurpação da Casa d'Orleans ao Trono Francês, tem pouco tempo a dedicar a Ordem Lazarista.

A melhor alternativa do Marquês de Autichamp é buscar o auxílio dos Protetores da Ordem, anteriores a Proteção dos Reis da França, tal proteção era concedida, ainda na Terra Santa, pelos Patriarcas de Jerusalém, a quem o Marquês, como Vigário Geral da Ordem recorre.

Máximus III, Mazolum, Patriarca Greco-Melquita da Igreja de Antioquia, recebe de bom grado o pedido do já idoso Marquês de Autichamp, e torna-se o Protetor Espiritual e Governador Temporal da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém, assim como de seus bens e propriedades. 

O Patriarca Maximus III, em 1837, havia sido reconhecido como autoridade civil pelo Império Otomano, como Príncipe dos Católico-Melquitas. Em reconhecimento a seu principado, o Santo Padre o Papa Gregório XVI, concede o título de Patriarca de Alexandria e Jerusalém a Maximus III, que passa a ter o título de "Patriarca de Antioquia e Todo o Oriente, de Alexandria e Jerusalém, de Todos os Gregos e da Igreja Católica Melquita, Protetor Espiritual e Temporal da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém".

Como Príncipe e Chefe de Estado, reconhecido pelos Príncipes Árabes, os Patriarcas Católicos-Greco-Melquitas possuíam Fons Honorum, que manteve a legitimidade histórica da Ordem por mais de um século, e que é ainda hoje, um dos pilares de seu reconhecimento internacional. Com a morte do Patriarca Maximus III, Mazloum, é Eleito o Patriarca Clemente Bahouth, em  de Abril de 1856, Eleição confirmada pelo Papa Pio IX em 16 de Junho do mesmo ano. O novo Patriarca renuncia em 1864, quando é Eleito seu Sucessor Gregório II, que foi Confirmado pelo Papa em 27 de Março do ano seguinte.

Gregório II desentende-se com o Sumo Pontífice, porém a situação melhora com a sua morte e seguida Eleição do Patriarca Pedro IV, em 1898, e a Sucessão do Papa Leão XIII ao Papa Pio IX.

O Novo Patriarca tem uma comunicação mais ativa com os Cavaleiros Lazaristas da França e Espanha, um pouco precária com os seus antecessores. A pedido do Cônego polonês Tanski, reestabeleceu a Chancelaria da Ordem na França, já agora pacificada, e sem mais nenhuma interferência dos golpistas Orleans.

As boas relações com a Real Casa de Bourbon, que perdendo a Monarquia na França, ao menos mantiveram-la na Espanha, foi rapidamente restabelcida, graças a nova abertura da Ordem para as nações européias. Com o Patriarca Cirilo VIII, em 03 de Junho de 1911 é dirigida uma grande carta a Chancelaria da Ordem, na França, pela qual o novo Patriarca abençoa a todos os Cavaleiros da Milícia e do Hospital de São Lázaro, e ressalta o papel da Igreja Católico-Melquita no cenário cristão Oriental.

Em 1919 é Eleito Patriarca Demetrios I, Qadi, que teve um breve, porém atuante patriarcado, que durou até 1925, o Catolicismo de Rito Melquita teve uma significativa expansão no Oriente Médio, e a situação dos Católicos na Grécia melhora bastante. Após sua morte, é Eleito Patriarca Cirilo IX, Mogahabghab.

Nesse período o ingresso de membros do Alto Cléro Católico Apostólico Romano é intenso junto a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro e Jerusalém, abraçaram a Ordem da Milícia e do Hospital, o Cardeal O'Connel, Arcebispo de Boston; o Cardeal Dougherty, Arcebispo da Filadélfia; o Cardeal Mundedein, Arcebispo de Chicago; o Cardeal Hayes, Arcebispo de Nova York; o Cardeal Lineart, Arcebispo de Lille; o Monsenhor Dom Parado y Garcia, Bispo de Palência; além do Patriarca Pierre XIII, Terzian, Patriarca dos Armênios da Cilícia.

Com a Eleição, em 1930, do Duque de Sevilha para o Cargo de 44º Príncipe Grão Mestre, vago dês da morte do Rei Luís XVIII, em 1824, reestabeleceu-se a ligação entre a Ordem e a Casa de Bourbon, da qual o Duque era membro por ser um Infante (Príncipe de Sangue) da Espanha.

Atualmente o Patriarca de Antioquia e Todo o Oriente, de Alexandria e Jerusalém, de Todos os Gregos e da Igreja Católica Melquita, Protetor Espiritual da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém é Sua Beatitude Gregorio III, que mantém a tradição da Proteção Espiritual da Ordem da Milícia e do Hospital junto a Igreja Católica do Oriente, sempre em perfeita comunhão e obediência ao Santo Padre o Papa, a quem é subordinado e súdito fiel. 

A Soberana Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerualém mantém sua ligação com os Patriarcas de Jerusalém, no intento de manter-se fiel a suas fontes históricas, quando no século XI, os Cavaleiros da Cruz Verde de São Lázaro, lutando em prol da liberdade, pelejaram contra os mouros pela posse dos Lugares Sagrados em Jerusalém. Esse espírito de liberdade ainda move os Cavaleiros da Milícia e do Hospital, em prol da liberdade de culto aos cristão perseguidos pelo mundo, e da ajuda aos desamparados.