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domingo, 20 de maio de 2012

Brasil: um país de LEPROSOS


Gostaríamos de hoje, abaixo de um título pensado de modo a chamar a atenção dos Fiéis Leitores do Blog de Cavalaria, lembrar mais uma vez a todos qual a verdadeira Missão da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, tanto no Brasil como em todo o mundo.

Normalmente pensamos na lepra, hoje chamada de hanseníase, como uma doença reservada aos países de terceiro mundo, que combinaria mais com nações africanas, do que com o nosso país, hoje o 6o mais rico do mundo; porém cabe a nós, Cavaleiros da Ordem de São Lázaro, alertar a população de que a lepra (e sempre que utilizarmos o termo "lepra" ao invés de "hanseníase", não o estamos fazendo para estigmantizar o doente, e sim para chamar a atenção) não está contida apenas aos países pobes da África, ela está presente no Brasil, e de forma alarmante.

No início deste ano, o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil é o 2o país em número de incidência da lepra no mundo, o número de casos de hanseníase no país caiu 15% entre 2010 e 2011. No entanto, o país ainda é o segundo no mundo com a maior quantidade de casos da doença, segundo o secretário de vigilância em Saúde do ministério. No ano passado foram registrados 30.298 da doença conhecida como lepra. O Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase será no próximo domingo (29). 

As regiões brasileiras mais afetadas pela hanseníase são Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mato Grosso é o Estado com a maior incidência em 2011, com 77,89 novos casos para cada 100 mil habitantes, seguido do Tocantins, com 72,14 e de Rondônia, com 52,55. 

A hanseníase é uma doença infecciosa que é transmitida pelo contato direto e constante com alguém que tenha a doença. O principal sintoma, que pode demorar até cinco anos para se manifestar, é o surgimento de uma mancha avermelhada ou esbranquiçada que não coça, mas causa sensação de dormência na pele. A doença atinge a pele, os nervos, os braços, as mãos, as pernas, o rosto e as orelhas e, se não tratada, pode provocar ferimentos graves e até a deformação dessas partes. 

No entanto, o Ministério da Saúde destaca que a taxa de cura é de 80% para quem se submete ao tratamento, disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), com o coquetel de medicamentos chamado de poliquimioterapia, que dura de seis meses a um ano. Após esse período, o paciente não transmite mais a doença. 

Atualmente, há 23.660 pessoas em tratamento em todo o país e nem todas são curadas porque interrompem o uso dos medicamentos antes de receber alta, segundo o ministério. 

A meta do governo, de acordo com o secretário Jarbas Barbosa, é que até 2015 haja somente uma pessoa com hanseníase para cada grupo de 10 mil habitantes no país. Para isso, os agentes de saúde têm ido atrás de quem convive com os pacientes diagnosticados. 

- Geralmente a criança é diagnosticada primeiro e por meio dela descobrimos os familiares que já têm a doença não detectada. Então, para cada paciente, examinamos cinco pessoas que têm contato constante com ela. 

Para isso, o Ministério da Saúde anunciou que vai destinar ainda este mês R$ 16 milhões para os 245 municípios brasileiros com o maior número de casos de hanseníase detectados. Nesses locais, a taxa de detecção da doença conhecida como lepra chega a 80 por cada 100 mil habitantes por ano.

O secretário de vigilância em saúde destaca que o maior empecilho à eliminação da doença no Brasil é o preconceito.
- Historicamente essa doença sempre teve uma carga de estigma muito grande. Por isso criamos mecanismos de apoio social para que essas pessoas façam tratamento e não tenham vergonha de dizer que têm esse problema.

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