Sua Alteza Real o Príncipe Dom João de Orléans, Príncipe de Orléans-Bragança, trineto do Imperador Dom Pedro II do Brasil (por ramo feminino, de Dona Isabel I do Brasil), bem como tetraneto do Rei Luís Filipe I dos Franceses [e não da França].
O Príncipe Dom João de Orléans não faz parte da Casa Imperial do Brasil, mas sim da realeza francesa, por ser um Membro da Casa de Orléans, ramo cadete da Casa Real de Bourbon da França. Pela ordem de sucessão (Legitimista) da França, Dom João ocupa 102º lugar na Linha de Sucessão ao Trono da França.
A seguir expomos o texto escrito por Dom João de Orléans, no Estado de São Paulo (http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,postura-senhores-imp-,1167403), onde cobra a devida postura aos políticos brasileiros:
Brasão dos Príncipes de Orléans-Bragança |
Postura, senhores!
Passaram-se 50 anos do dia em que nos afundamos numa
ditadura. Será que aqueles que lutaram por um Brasil livre apoiariam a podridão
que vemos hoje ou se sentiriam traídos por muitos que estão no governo? Faltam
estadistas e falta postura pública, para que os eleitos deixem de lado a luta
partidária e olhem pelo País, governem para todos e não deixem o Estado se
transformar em feudo e o governo, em cabide de empregos. É o que estamos vendo.
Muitos se conformam e fecham os olhos, achando que os
grandes avanços sociais dos últimos 20 anos permitem isso, um "rouba, mas
faz" atualizado. Quem está na vida pública, porém, deve fazê-lo por ideal.
Quem é eleito tem a obrigação de servir ao País, nunca se servir dele.
Vemos, na maioria daqueles que se dedicam à política, uma
postura absolutamente oposta àquilo de que o Brasil precisa. Não há idealismo
nem ética em muitos de nossos homens e mulheres da vida pública,
características que devem ter aqueles que, pelo voto ou por nomeação, chegaram
a uma posição em que a total transparência e a dedicação ao País têm de ser a
condição básica. Isso parece um sonho hoje.
Quando o deputado André Vargas, ex-vice presidente da Câmara
dos Deputados, tenta explicar como e por que usou um jato emprestado de um
doleiro que está preso e ainda fala, sem vergonha, que estava fazendo contato
no Ministério da Saúde para o laboratório do doleiro - e gravações da Polícia Federal
comprovam as suspeitas -, ele recebe aplausos de seu partido, o PT, em
plenário, depois do discurso. Quando ele começa a incomodar, querem que
renuncie. Não por causa dos indícios de tráfico de influência e corrupção.
Queriam a renúncia para não atrapalhar o partido. Chegamos, assim, a mais um
exemplo da decadência abismal na política, com a arrogância e a prepotência
desses inimigos do Brasil.
Vargas e tantos outros não sabem que um homem público não
pode usar jatos emprestados, nem receber favores de empreiteiras (alguém
acredita que empreiteiras dão dinheiro a campanhas políticas por patriotismo?),
nem presentes, nem facilidade de nenhum tipo. O servidor público tem de ser
honesto e parecer honesto. Um homem público tem de limpar, primeiro, os podres
dentro de seu partido, assim terá moral e respeito para tentar melhorar o País.
O ex-presidente Lula não poderia ter ido à casa de Paulo
Maluf aliar-se a ele por minutos na televisão, uma vez que Maluf é procurado
pela polícia em todo o mundo por peculato e evasão de divisas. Uma mancha na
biografia de Lula, triste para nós, brasileiros. "Às favas com os
escrúpulos" parece ser a palavra-chave na política.
Se os partidos soubessem que uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) deve ser sempre feita quando há indícios de fraude com o
patrimônio público, não tentariam instalar outra CPI como pressão para que a
oposição desista. O PT deveria ser o primeiro a querer uma CPI da Petrobrás e o
PSDB, o primeiro a querer a CPI do Metrô. Ambos foram eleitos para isso. Essa
seria a política correta. Mas os brasileiros assistem de boca aberta a governo
e oposição brigando pela abertura de CPIs não para descobrir fraudes, e, sim,
para derrubar o adversário. Se fosse por patriotismo e postura pública, os
primeiros a querer limpar a casa deveriam ser os que têm um mandato para...
limpar a casa. Não são patriotas, enganam quem os elegeu.
O blocão liderado por Eduardo Cunha (PMDB) convocou,
recentemente, dez ministros para deporem na Câmara. Que ninguém pense que foi
pelo bem do Brasil ou pela moralidade nos ministérios. Não o fez antes porque
não tinha nada para pedir em troca. Eles querem mais! Temos partidos
"donos" de ministérios: o do Trabalho é do PDT, o dos Transportes é
do PR, o de Minas e Energia é de José Sarney há décadas - e o gerente é
Fernando Sarney, que tem processos e gravações com o pai de enojar os honestos.
Ambos estão envolvidos com a Polícia Federal, o Ministério Público e o
Judiciário. O Maranhão parece uma escola de especialistas em políticas de
energia pública. A cúpula do governo parece autista.
A maioria dos partidos políticos perdeu sua função. Deveriam
existir para juntar ideias, programas de governo e políticas sociais com
brasileiros idealistas. Mas se prostituíram. Vendem-se. Alguns são mesmo de
"aluguel".
Muitos brasileiros estão anestesiados com a normalidade de
ler nos jornais fatos como o de que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da
Petrobrás, que está preso, foi "indicação" de José Janene (PP). Quase
todos os cargos nas estatais e autarquias são "indicações". Não há
democracia nem moralidade quando políticos que entram na política atrás de
poder e dinheiro podem "indicar" pessoas para 20 mil cargos da
administração pública (os chamados DAS). Esses cargos têm de ser preenchidos
por técnicos concursados e político nenhum pode ter poder nessas nomeações.
Essa é uma das causas da corrupção generalizada com "patrocinadores"
e "padrinhos" nos diversos partidos da base de apoio. Por que existem
39 ministérios? É pura e simples moeda de troca com o que há de pior em caráter
na vida pública. Vale tudo, e o que vemos é somente a ponta do iceberg. Se isso
não mudar, o Brasil não vai mudar.
Temos uma corja incrustada na política e na administração,
dos pequenos aos altos cargos públicos no governo. Acreditei que o PT iria
mudar isso. De malfeitos em malfeitos e de faxina em faxina, tudo continua
igual. As velhas e corruptas oligarquias continuam presentes e o mais
decepcionante é que o PT, que lutou e levantou a bandeira da mudança, hoje é
parceiro delas. Chamam quadrilha de "aloprados", roubo de
"malfeito", mensalão de "recursos não contabilizados". Para
eles, Sarney, Collor e Maluf têm reputação ilibada e idoneidade moral.
Desrespeitam a Constituição, fragilizam a democracia e as instituições e
desacreditam mais ainda a eles mesmos, a classe política.
Dom João de Orléans e Bragança