É interessante ver,
nestes dias que antecedem à Semana Farroupilha, isto é, aos dias (muitos mais
dos que os de uma semana apenas) que antecedem ao dia 20 de Setembro, memória
eterna e infalível dos milhares da Gaúchos que pelearam e morreram na tentativa
de fazer a secessão entre a então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e
o Império do Brasil.
Esta magnífica data
é celebrada todos os anos, nos últimos 150 anos, para sempre lembrar que “povo
que não tem virtudes, acaba por ser escravo”, como tão bem diz a estrofe do Hino do Rio Grande do Sul, que foi ilegitimamente suprimida pelo governo militar,
mas que parece que poucos Gaúchos se empenham em resgatar.
Porém grande
espanto causa aos tradicionalistas gaúchos, que de alguns anos para cá, novos “elementos
e cerimônias” vem sendo acrescidos às celebrações do 20 de Setembro, elementos
estes que em nada tem a ver com a Cultura Nativista.
Um destes
elementos, possivelmente o mais daninho, é a chamada “missa crioulla”, uma
celebração deveras estranhas, na verdade uma paródia de mau gosto da Santa
Missa Católica, que é, por vezes, bradada em plenos pulmões por muitos “nativistas”,
como se fosse algo “sagrado” para a Cultura e para a Religião. Mas NÃO É.
Isto não é uma Missa, é uma paródia, e muito sem graça, do Santo Sacrifício. |
São dois os grupos
que defendem a “missa crioulla”, os TRADICIONALISTAS, e os RELIGIOSOS, vamos a
seus argumentos:
OS
TRADICIONALISTAS:
Pragam que a “missa
crioulla” é a expressão da tradição da Cultura Gaúcha, logo, deve ser celebrada
na Semana Farroupilha. Este argumento não é verdadeiro, pois sabemos bem que o
conceito de Tradição Gaúcha é o seguinte “Conjunto de atos e costumes que
moldaram a Cultura do Rio Grande do Sul e do povo que nele viveu ao longo dos
séculos, principalmente aquela advinda entre os anos de 1835 a 1930”. Desta forma
vemos que a tradição gaúcha se refere aos fatos históricos que realmente
moldaram a cultura dos habitantes do Rio Grande do Sul, nos períodos entre o
início da Revolução Farroupilha (1835) até o fim da Revolução Federalista
(1930).
A “missa crioulla”,
porém, não vem deste período histórico, ao contrário, ela vem do período mais
recente possível. As primeiras “missas crioullas” foram celebradas há menos de
30 anos (alguns dizem menos de 20 anos), de modo que não passam nem de longe do
período Tradicionalista da história gaúcha, que deve sim ser respeitado.
OS RELIGIOSOS:
Este grupo, é
deveras, o mais perigoso. Formado majoritariamente por padres e religiosos que,
por não terem o devido apreço e respeito ao Santo Sacrifício da Missa, celebram
a “enculturação” do Rito, de forma a realizar, na verdade, uma paródia do que é
Santo, fazendo-o contudo, tornar-se mundano.
Defendem que a “missa
crioulla” é válida, porém não conseguem explicar o motivo de não estar inscrita
no Rol do Missal Romano. E se não está no Missal, como pode ser Missa? É sabido
que para a Missa ser válida é necessário que seja seguida à risca, como
prescreve o Missal (como se diz em linguagem se Sacristia, fazer o que está em
vermelho, ler o que está em preto), porém o que dizer de uma cerimônia em que
foram mudadas todas as palavras do Missal?
Ainda, é sabido
pelos Canonistas que para que algum clérigo passe a utilizar paramentos
diferentes daqueles prescritos pela Igreja para celebrar determinado Rito, é
necessário um instrumento chamado de PRIVILÉGIO APOSTÓLICO, isto é, um
Privilégio específico, dado pelos Papas para que alguma Congregação, ou Igreja
Particular use de paramentos diferentes. Pergunta-se então: onde está o
Privilégio Apostólico dado aos padres que rezam a “missa crioulla” para substituíram
a alva e a casula, por um poncho e lenço?
DESTA FORMA, conclui-se
que o Tradicionalismo Gaúcho, bem como o Catolicismo, somente são bons se
mantidos suas Tradições próprias, pois ambos, quando são modernizados, perdem a
essência, e a “missa crioulla” é uma modernização que faz perder tanto a
essência do Gauchismo, como do Catolicismo, pois não é bom nem para um, menos
ainda para o outro.
Esta sim, a verdadeira Missa Tradicionalista, celebrada durante a vida de todos os grandes homens da história do Rio Grande do Sul.
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Assim conclui-se
dizendo que se tu fores um bom Tradicionalista, que preza pela verdadeira
Cultura Gaúcha, pergunta aos teus pais ou avós, ou ainda, ao mais antigo do teu
CTG como era a Santa Missa que ele frequentava com os pais dele na infância,
como era a Missa de Sempre? Ele logo vai te responder que era a Santa Missa, em
latim, com o Padre lindamente paramentado (“vestido como um Rei, humilde como
um camponês”), e que todos olhavam para o mesmo lado, inclusive o Sacerdote!.
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Tenente Portela,
RIO GRANDE DO SUL, 19 de setembro de 2014.
Andre Prinz von Trivulzio-Galli.