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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1ª Parte)



A importância da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa é tamanha que, para melhor estudá-la, dividimos sua análise em 2 Partes. A 1ª Parte, que segue, trata acerca da Ordem como estava estruturada durante o período monárquico, indo até a morte do Rei Dom Manuel II (1932). A 2ª Parte tratará da Ordem como atualmente está estruturada, haja vista as modificações realizadas por seu atual Grão-Mestre Sua Alteza Real Dom Duarte Pio, Duque de Bragança.

Essa importante Ordem Dinástica-Militar de Inspiração religiosa (para saber mais acerca desse gênero de Ordens, clique aqui) foi criada pelo Rei Dom João VI de Portugal (que também foi Imperador do Brasil sob o título de Dom João I do Brasil) no dia de sua Coroação, na cidade do Rio de Janeiro, por meio do Decreto Régio de 06 de fevereiro de 1818. Ganhou seus Estatutos através do Alvará de 10 de setembro de 1819, por meio do qual Dom João criou seus graus e insígnias. 

A Ordem fora dividida em 5 graus, sendo que a Sede da mesma Ordem foi fixada em Vila Viçosa, de modo que o Deão da Real Capela de Vila Viçosa passou a ser Comendador nato da Ordem. Declarou-se também que além do Deão, os Cônegos, o Prior e os Beneficiados (pelo Regime do Padroado) dessa Igreja Colegiada, seriam todos também Cavaleiros natos da Ordem; foram também declarados Cavaleiros natos os membros da Mesa (diretoria) da Confraria dos Escravos da Conceição. 

São os postos da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa

1 Serventes (donatos da Ordem, em número não superior a 60)
2 Cavaleiros (em número não superior a 100)
3 Comendadores (em número não superior a 40)
4 Grã-Cruzes honorários (em número não superior a 12)
5 Grã-Cruzes efetivos (todos os membros da família real, homens ou mulheres)

Diploma da Ordem, concedido no tempo do Rei Dom Carlos I (clique para ampliar)

Os Comendadores natos e Cavaleiros natos não contam para o número acima fixado, e são tidos como extraordinários. O manto da Ordem foi constituído como branco (igual o manto da Ordem de Cristo, São Bento de Avis e Sant'Iago da Espada), sendo que, caso um membro da Ordem de Vila Viçosa fosse já Cavaleiro de alguma das 3 Ordens Militares, este não precisaria ter o manto de Vila Viçosa, devendo apenas colocar sua venérea sobre o manto da Ordem Militar que já participava.

Os postos da Ordem podiam ser concedidos seguindo um rígido critério que era:

Os Cavaleiros, em número não superior a 100, eram concedidas aos nobres ou cortesões que prestassem anos de serviço para a Casa Real, e que se tornassem dignos de tal honraria. 
Os Comendadores, em número não superior a 40, eram concedidos apenas aos que fossem Fidalgos da Casa Real
As Grã-Cruzes honorários, em número não superior a 12, eram concedidos aquelas pessoas que sendo Pares do Reino, tivessem os principais Títulos de Nobreza do Rei
As Grã-Cruzes efetivos eram apenas concedidos aos Membros da Família Real, quer sejam homens ou mulheres

Ao centro a placa (usada pelos Grã-Cruzes e Comendadores) e nas laterais dois modelos de Hábitos de Cavaleiros, o primeiro em prata-dourada, e o segundo em ouro.


Vale-se lembrar que esta foi a única Ordem (com exceção da Real Ordem das Damas de Santa Isabel) criada por um Monarca da Casa de Bragança em Portugal (uma vez que as três Ordens Militares são reminiscentes das Cruzadas, e a Ordem da Torre e da Espada foi criada pelo Rei Dom Afonso V em 1459, e meramente reativada por Dom João VI), sendo assim compreensível que, mesmo após proclamada a república em Portugal, o Grão-Magistério da Ordem tenha se mantido para o Duque de Bragança (atualmente S.A.R. Dom Duarte Pio) não passando para a presidência da república, como ocorreu com as demais Ordens portuguesas.

Insígnias da Real e Militar Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa

Servente:

Cavaleiro:

Comendador:

Grã-Cruz:

Usos heráldicos da Real e Militar Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa

A Monarquia Lusitana passou a ter Reis-de-Armas no tempo dos Reis Dom Fernando e Dom João I, sendo que o Cartório da Nobreza foi criado em Portugal no final do século XV, início do século XVI, sendo anterior ao College of Arms da Inglaterra (aliás, o College of Arms apenas foi criado na Inglaterra nos tempos em que o heraldista português Roger Machado passou àquele Reino, e introduziu o sistema de diferenças heráldicas, copiadas do Cartório da Nobreza português). 

Criou-se um sistema de uso das condecorações das Ordens de Cavalaria na Heráldica, contudo muitas vezes o armigerante fazia uso distinto de suas condecorações em seus brasões. Postaremos a seguir o modo correto do uso das condecorações da Ordem nos Brasões d'Armas:

Servente:
Os Serventes (Donatos) da Ordem portam sua medalha diretamente da ponta do escudo

Cavaleiro:
Os Cavaleiros portam o Hábito da Ordem pendente de um nastro nas cores da Ordem (azul com orlas brancas) pendente da ponta do escudo

Comendador:
Os Comendadores portam a Comenda da Ordem pendente de uma fita que contorna o escudo

Grã-Cruz:
Os Grã-Cruzes portam a Banda da Ordem, da qual pende a sua condecoração

As condecorações utilizadas na presente publicação são obra de Paulo Roberto de Sousa Fernandes, Conde de Colle d'Agnese (que desenhou a a insígnia da Ordem) e de Andre Prinz von Trivulzio-Galli (que desenhou as fitas e bandas e colocações heráldicas). 

Proibida a reprodução sem a autorização expressa de Andre Prinz von Trivulzio-Galli. 

Para citação no Brasil (ABNT), usar:
PRINZ VON TRIVULZIO-GALLI, Andre. Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Blog de Cavalaria. 2018. Disponível em: http://www.blogdecavalaria.com/2018/04/ordem-militar-de-nossa-senhora-da.html acessado em (especificar a data do acesso ao site).

terça-feira, 24 de abril de 2018

A Imperial Ordem da Rosa



A Imperial Ordem da Rosa foi criada pelo Imperador Dom Pedro I do Brasil (que foi também Rei de Portugal como Dom Pedro IV e Duque de Bragança como Dom Pedro I) pelo Decreto Imperial de 17 de outubro de 1829. Dom Pedro I, com a criação da nova Ordem, queria perpetuar seu casamento com Sua Alteza Real Amélia de Beauharnais, Princesa de Leuchtenberg e de Eichstätt. 

A Ordem foi dividida em 7 Graus, sendo a mais ampla do Império Brasileiro. Uma curiosidade sobre ela era que, apesar da existência de um Grão-Colar na Ordem, não existia nela o posto de Cavaleiro do Grão-Colar. Outra curiosidade é que, fora o primeiro posto [Cavaleiro], todos os demais portavam a placa da Ordem. 

São os postos da Imperial Ordem da Rosa:

1 Cavaleiro;
2 Oficial;
3 Comendador;
4 Dignatário (em número não superior a 32);
5 Grande Dignatário (em número não superior a 16);
6 Cavaleiro da Grã-Cruz (em número não superior a 8);
7 Cavaleiro da Grã-Cruz Efetivo (em número não superior a 8);

Insígnias da Imperial Ordem da Rosa

Cavaleiro:

Oficial:

Comendador:

Dignatário:

Grande Dignatário:

Grã-Cruz:

Grã-Cruz Efetivo:

Usos heráldicos da Imperial Ordem da Rosa

A Monarquia Brasileira, apesar de sua longa história (tendo iniciado-se ainda em 1500, onde vale-se lembrar que o primeiro Monarca do Brasil foi o Rei Dom Manuel I de Portugal, da Dinastia de Avis), não foi capaz de desenvolver uma larga tradição heráldica. O Rei-de-Armas de Portugal foi também o Rei de Armas do Brasil até o ano de 1822, mais tarde nomeou-se como Rei-de-Armas a Possidônio Carneiro da Fonseca Costa, que serviu como Rei-de-Armas até o ano de 1853, quando então fora sucedido por Luis Aleixo Boulanger, contudo, não criou-se uma regulamentação específica do uso das condecorações das Ordens Imperiais, de modo que cada armigerante as portava em suas Armas ao seu bel prazer.

No intuito de dar uma correta visão heráldica à esta tão bela Ordem, passo a dispor as condecorações de uma maneira heraldicamente correta, bem como a manter o espírito do Decreto Imperial de 17 de outubro de 1829.

Cavaleiro:
Os Cavaleiro portam a sua Condecoração diretamente da ponta do escudo

Oficial:
Usam sua condecoração (que é sem a coroa imperial) pendente do nastro da Ordem

Comendador:
Usam sua condecoração (que leva a coroa imperial) pendente do nastro da Ordem

Dignatário:
Usam sua condecoração (que é sem a coroa imperial) pendente da fita da Ordem

Grande Dignatário:
Usam sua condecoração (que leva a coroa imperial) pendente da fita da Ordem

Grã-Cruz:
Usam sua condecoração (que leva a coroa imperial) pendente da banda da Ordem

Grã-Cruz Efetiva
Usam ao redor do escudo o Colar da Ordem

As condecorações utilizadas na presente publicação são obra do Sr. Raphael Vibancos Lisboa (que desenhou as rosas e as folhas), de Paulo Roberto de Sousa Fernandes, Conde de Colle d'Agnese (que desenhou a estrela e os escudetes) e de Andre Prinz von Trivulzio-Galli (que desenhou as fitas e bandas). 

Proibida a reprodução sem a autorização expressa de Andre Prinz von Trivulzio-Galli. 

Para citação no Brasil (ABNT), usar:
PRINZ VON TRIVULZIO-GALLI, Andre. A Imperial Ordem da Rosa, Blog de Cavalaria. 2018. Disponível em: http://www.blogdecavalaria.com/2018/04/a-imperial-ordem-da-rosa.html acessado em (especificar a data do acesso ao site).

terça-feira, 17 de abril de 2018

4ª Edição da Revista do Stemmario Trivulziano / 4th Edition of the Magazine of Stemmario Trivulziano



É com grande prazer que anunciamos o lançamento da 4ª Edição da Revista do Stemmario Trivulziano, também conhecida como o "Almanach Trivulziano". Essa 4ª Edição contará com os seguintes temas:

Genealogia da Casa de Saxe-Coburgo-Koháry
Terra Brasilis e sua forma de fazer heráldica, um texto do Conde Paulo Roberto de Sousa-Fernandes
- Na secção "Especial Heráldica", o texto A criação do Convento das Damas Nobres de Nossa Senhora Auxiliadora; escrito pelo Príncipe Andre Fürst von Trivulzio-Galli
Uma Princesa entre a Corte e o mato– THERESA DA BAVIERA, um texto de Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, Barão de Bordogna e Valnigria
Genealogia da Casa Principesca de Carafa della Stadera
Dona Maria II – A rainha da regeneração, um texto de Sir João Paulo de Oliveira de Sousa
A Análise da Importância da Nobreza Atual, um texto do Sr. Victor Hugo Medeiros Ricardo

Para acessarem a essa, e as demais edições da Revista, de forma totalmente gratuita, acessem:

e baixem a versão completa, disponível em formato PDF