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terça-feira, 8 de março de 2022

A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém (criação de 1910) / The Military and Hospitaller Order of Saint Lazarus of Jerusalem (created 1910)


 Fiéis Leitores do Corriere della Mesolcina, na última postagem tratamos acerca da continuação da medieval Ordem Cruzada de São Lázaro de Jerusalém nas Ordens dos Santos Maurício e Lázaro e na Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém; para ler a matéria anterior, clique aqui. Hoje trataremos acerca de uma criação bem mais moderna, que utiliza o nome da Ordem Cruzada de São Lázaro de Jerusalém, mesmo sem ter com ela qualquer veiculação histórica.


Como visto na matéria anterior, após a decisão do Rei Carlos X da França, em 1824, de descontinuar a Real Militar-Religiosa e Hospitalar de Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Belém e Nazaré, a Comendadoria do Principado de Mesolcina da dita Ordem manteve-se, e com a renúncia, no ano de 1830, por parte do mesmo Rei, de dar sua proteção à Real Ordem francesa, a dita Comendadoria do Principado de Mesolcina assumiu o nome de Principesca Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina, tendo por Grão-Mestre hereditário os Príncipes Soberanos de Mesolcina e depois os Chefes da Soberana Casa Principesca de Mesolcina, e esta foi a última continuadora historicamente incontestável da tradição francesa lazarista.


Todavia, em 1910, um grupo de beneméritos franceses decidiu "recriar" a Ordem de São Lázaro de Jerusalém, mesmo sem ter qualquer continuidade com a Real Militar-Religiosa e Hospitalar de Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Belém e Nazaré ou sua continuadora, a Principesca Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina, ou com a Real Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar dos Santos Maurício e Lázaro, as únicas continuadoras das tradições da Ordem de São Lázaro de Jerusalém.


Porém, entre esses beneméritos, estavam dois Cavaleiros da Principesca Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina: o Barão Yves de Constancin, Cavaleiro-Comendador da Categoria de Jure Sanguinis e o Cavaleiro Paul Watrin, Cavaleiro de Graça Magistral. Todavia, a participação destes dois Cavaleiros do Principado de Mesolcina, que foi por demais "valorizada" pelos historiadores modernos da criação de 1910, não poderia vincular a Ordem Principesca.


Este grupo de senhores franceses procurou ao Patriarca Greco-Melquita e lhe ofereceu a Proteção Espiritual de seu grupo, algo que o Patriarca Cirilo VIII aceitou imediatamente, esperando com isso obter auxílios e doações do Ocidente, algo que acabou nunca ocorrendo.  Este grupo de senhores não utilizou o nome de "ordem" em seus primeiros anos, adotando o nome de "União dos cavaleiros de São Lázaro", e, por influência dos referidos Cavaleiros de Mesolcina Barão Yves de Constancin e Paul Watrin,  ofereceram o "grão-magistério" desta União ao Príncipe Don Francesco VIII Trivulzio-Galli, então Príncipe Reinante e Soberano de Mesolcina, algo que foi recusado por Sua Alteza.


A "União francesa", como passou a ser chamada, caiu em certo esquecimento até o final da I Guerra Mundial. Em 1919 a "União dos cavaleiros" passou a auto intitular-se como "Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém", e passou a procurar por um príncipe de Sangue Capetiano que aceitasse seu Grão-Magistério. A procura levou décadas para encontrar alguém que o quisesse, porém em 1935 Don Francisco de Bourbon-Sevilha y de La Torre, Duque de Sevilha e Príncipe do Sangue de França, aceita a nomeação. 



Porém mesmo com um Príncipe do Sangue Capetiano como Grão-Mestre, a dita "ordem" não havia sido criada por nenhum Príncipe possuidor de FONS HONORUM, de modo que não se tratava, como não se trata até hoje, de uma verdadeira Ordem de Cavalaria, mas sim apenas uma associação de pessoas de boa vontade, que realizam numerosos atos de caridade. 


Don Francisco de Bourbon-Sevilha y de La Torre foi Grão-Mestre até 1952, quando foi sucedido por seu filho Don Francisco de Bourbon-Sevilha y de Bourbon-Sevilha, Duque de Sevilha, que foi Grão-Mestre até 1967. O Duque de Sevilha, diante da insistência do príncipe Charles-Philippe d'Orléans, renunciou ao posto de grão-mestre, sendo eleito Charles-Philippe d'Orléans. Este príncipe da Casa d'Orléans tornou a criação de 1910 da "Ordem de São Lázaro" uma Associação Internacional e ecumênica, podendo aceitar-se nela cristãos não-Católicos.


Diante das mudanças feitas pelo príncipe Charles-Philippe d'Orléans muitos dos antigos membros da agremiação a abandonaram e criou-se a primeira de numerosas divisões da "Ordem de São Lázaro": os Cavaleiros espanhóis elegeram para voltar ao posto de grão-mestre o Duque de Sevilha, já os franceses elegeram ao Duque de Brissac, criando assim duas "obediências" a de Malta, liderada pelo Duque de Sevilha, e a de Paris, liderada pelo Duque de Brissac.


Esta divisão em duas "obediências" fez com que, há partir de 1970, surgissem mais de uma dezenas de "obediências", afirmando cada uma ser a continuadora de criação de 1910: A "Obediência de Malta"; a "Obediência de Paris"; a "Obediência de Malta e Paris"; a "Obediência de Orléans"; a "Obediência de Jerusalém" o "Grão-Priorado de Carpathia", a "União dos Grandes Priores", a "Obediência de Nápoles", etc, cada uma delas respondendo a um "grão-mestre", que pode ou não utilizar este título.



Para complicar ainda mais as coisas todas estas "obediências" são subdivididas em numerosas representações, chamadas de "Grão-Priorados", "Comendadorias", "Bailiados", "Grão-Bailiados", etc. E o nível de divisão interna é tamanha que, em alguns países existem ao mesmo tempo um "Grão-Priorado" e um "Grão-Bailiado" que pertencem à mesma obediência, porém que são totalmente independentes um do outro, de modo que um cavaleiro do Grão-Priorado da Alemanha da Obediência de Malta-Paris não participa nem reconhece outro cavaleiro do Grão-Bailiado da Alemanha da mesma Obediência de Malta-Paris, e assim por diante.


E ainda há o problema de que vários grão-priorados ou grão-bailiados, como foi o caso do Brasil, onde simplesmente mudou-se de obediência numerosas vezes, isso ao critério apenas de agradar seus dirigentes: hora fazia-se parte da Obediência de Paris, hora da de Malta, e até mesmo da Obediência de Nápoles!


Uniformes da "Obediência de Malta-Paris"


Apesar de todas as confusões internas, muitos Nobres e membros da Realeza aceitaram os títulos de alguma destas obediências. Sua Alteza Imperial e Real o Arquiduque Otto de Habsburgo, Duque de Lorena e Chefe da Casa Imperial da Áustria e Real da Hungria aceitou ser Grão-Colar da Ordem, da mesma forma que Sua Majestade o Rei dos Búlgaros, e eu mesmo, Príncipe de Mesolcina e então herdeiro da Principesca Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina aceitei ser Cavaleiro da Grã-Cruz de Justiça da mesma (o mais alto posto concedido dentro da Categoria de Nobreza). Entretanto, mesmo com todas estas Cabeças Coroadas aceitando serem membros de algumas destas obediências da criação de 1910, resta a pergunta: porque nenhuma Casa Soberana a colocou abaixo da Sua Proteção, lhe concedendo a legitimidade do Fons Honorum?


Creio eu que a resposta seja simples: todos nós, da Realeza ou da Alta Nobreza que a aceitamos o fizemos pensando em auxiliar as numerosas obras sociais realizadas por esta irmandade, não por a considerarmos como uma Ordem de Cavalaria que seria hoje "representante" da Ordem Religiosa-Militar de São Lázaro de Jerusalém. Neste sentido, numerosas publicações antigas, neste mesmo site, onde enalteço às obras caritativas da criação de 1910 da Ordem de São Lázaro. Devemos fazer propaganda das boas obras realizadas em favor dos mais necessitados! Porém não quer dizer que compactuemos com falsas histórias que tentam criar, para afirmar que seria esta tão recente criação a "continuadora" de uma Ordem Medieval abolida por Bula Papal em 1572 (com a qual se criou a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, esta sim, continuadora da Ordem Medieval de São Lázaro de Jerusalém para a Santa Sé e o Direito Canônico)...


Então, fiel leitor, caso você seja Cavaleiro ou Dama da "Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém", não importa de que "obediência" for, saibas que ela foi criada em 1910, e não é "herdeira" de nenhuma Ordem de Cavalaria anterior a isso, pois a herança da Ordem Cruzada de São Lázaro de Jerusalém encontra-se hoje apenas na Principesca Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina, da Casa Principesca de Trivulzio-Galli e na Real Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar dos Santos Maurício e Lázaro, da Casa Real de Savoia. 


Cruzes das Ordens de N.S. do Carmo e de São Lázaro e dos Santos Maurício e Lázaro, as únicas continuadoras históricas da medieval (e extinta) Ordem de São Lázaro de Jerusalém


Contudo, continue colaborando com as obras de caridade da sua "obediência", pois fazer o bem aos mais necessitados é hoje uma grande necessidade à humanidade. 


OBS: Eu não duvidaria que, no futuro, algumas das ditas "obediências" de 1910 tentem adotar o nome de "Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém", nome este que hoje apenas cabe à Principesca Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina, todavia, isto não irá dar maior legitimidade à uma criação feita em 1910...

terça-feira, 1 de março de 2022

Ordem de São Lázaro de Jerusalém: esta Ordem hoje encontra-se mesmo viva na Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro e na Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, ou trata-se de uma Ordem extinta? Order of Saint Lazarus of Jerusalem: is this Order still alive today in the Order of Our Lady of Carmo and Saint Lazarus and in the Order of Saints Maurício and Lazarus, or is it an extinct Order?



Fiéis Leitores do Corriere della Mesolcina, o vosso site predileto (e também único) que trata acerca das Ordens de Cavalaria, do Fons Honorum, da Heráldica, Genealogia e História com maestria e a dose do típico "humor ácido" tão característico deste Príncipe que vos escreve.


Hoje a temática que me move a escrever esta matéria é ao mesmo tempo simples, e praticamente um enigma da história das Ordens de Cavalaria: A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém continua mesmo hoje viva dentro da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro ou dentro da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro, ou ela é uma Ordem totalmente extinta?


A maioria dos Fiéis Leitores deve pensar que a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém é uma ordem de cavalaria que existe até nossos dias, afinal de contas, eu mesmo sou Cavaleiro da Grã-Cruz de Justiça da mesma... porém isso não é verdade. A Ordem de São Lázaro de Jerusalém, como veremos a seguir, foi declarada extinta pela Santa Sé pela Bula de 13 de Novembro de 1572 (como veremos a seguir), e a Ordem de São Lázaro de Jerusalém, que hoje existe, é uma organização caritativa criada em 1910, como veremos na próxima matéria.


Brasão da criação de 1910 da Ordem de São Lázaro de Jerusalém, que não é herdeira (apesar de todo o choro que isso causa) da antiga e extinta Ordem Cruzada de São Lázaro de Jerusalém, mas que é, para todos os efeitos, uma ótima irmandade caritativa, da qual tenho orgulho de ser Cavaleiro da Grã-Cruz de Justiça.


Mas vamos às origens destas Ordens:

A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém foi instituída pela Bula do Papa Alexandre IV de 11 de abril de 1255. A Ordem era composta inicialmente por Cavaleiros das demais Ordens Religiosas-Militares existentes na Terra Santa: A Ordem de São João (hoje dita de Malta), a Ordem Teutônica, a Ordem do Santo Sepulcro e a Ordem do Templo. Quando um Cavaleiro de uma destas Ordens contraísse lepra, que era naquele tempo a doença mais temida, deveria imediatamente abandonar a sua própria Ordem e ingressar no Hospital de São Lázaro, fora dos muros de Jerusalém, onde, basicamente, esperariam morrer isolados do mundo.


Esta situação durou até que o Grão-Mestre da Ordem de São João, o Bem-Aventurado Fra' Blessed Gerrard contraiu lepra, e seguindo as normas, teve de abandonar o Grão-Magistério de sua Ordem, e ingressar no lazareto. Ao chegar lá Fra' Blessed conhece uma grande quantidade de Cavaleiros que, apesar de terem contraído a lepra, tinha plenas condições físicas de lutarem (algo muito mais desejado para um Cavaleiro sempre foi morrer em campo de batalha, combatendo os inimigos da Fé, do que morrer inválido encima de uma cama...) e desta forma os arregimentou. 


De fato os Cavaleiros de São Lázaro, como ficaram conhecidos, tomaram parte em importantes batalhas na defesa do Reino Latino de Jerusalém, porém a sua importância nunca foi tamanha, comparada às demais Ordens de Cavalaria: por exemplo, ao contrário de todas as Ordens Religiosas-Militares, a Ordem de São Lázaro não recebeu uma Cruz Heráldica nem uma bandeira do Papa na sua Bula de reconhecimento (sim, fiel leitor, lestes bem: a famosa cruz "maltesa" - na verdade Cruz de Amelfi - verde foi concedida pelos Reis da França, séculos depois, como veremos a seguir). 


A Cruz de Amelfi verde, concedida como Cruz para as casas e hospitais Ordem de São Lázaro existentes no Reino da França, concedida aos Lazaristas Franceses pelo Rei Carlos V da França, que depois tornou-se a "cruz base" para as demais ramificações da Ordem


Com a queda do Reino Latino de Jerusalém os Cavaleiros Lazaristas, já especializados no cuidado de leprosos, foram convidados por diversos Príncipes à voltarem para à Europa, onde poderiam auxiliar a cuidar da enfermidade. 


A importância da Ordem medieval de São Lázaro era realmente tão reduzida que ela nem ao menos tinha um Grão-Mestre. Antes da queda do Reino Latino de Jerusalém, todos os Cavaleiros obedeciam ao Mestre-Geral de Jerusalém, porém após a perda da Terra Santa, e a dispersão dos últimos Cavaleiros em diversas regiões da Europa cada "região" da Ordem de São Lázaro passou a escolher seu próprio superior geral. Assim os Lazaristas na França deviam obediência ao Grão-Comendador de Boiny; os da Itália, ao Comendador-Geral de Cápua; os da Inglaterra ao Comendador de Londres; os do Sacro Império, em geral, davam obediência ao Comendador de Brandenburgo ao mesmo tempo que os da Península Ibérica prestavam obediência ao Comendador de Castela. 


Esta pluralidade de líderes dentro da medieval Ordem de São Lázaro levou a uma série de complicações administrativas. vez que, sem um comando geral, as ações da Ordem não podiam ir além dos domínios, comendadorias e hospitais das diversas "obediências".


Para tentarem sanar esta difícil situação, os Papas tentaram, a partir do ano de 1400 unir toda a Ordem de São Lázaro e a unificar à Ordem de São João (Ordem de Malta), porém esta tentativa será frustrada pelos Cavaleiros, que negaram-se a adentrar à Ordem de Malta: apenas os Cavaleiros que davam obediência ao Comendador de Brandenburgo aceitaram a fusão.


Mais tarde, em 1557, o Rei da França irá nomear o Comendador-Geral de Boigny Fra' Jean de Levis como Grão-Mestre da Ordem, para assim tentar sanar o problema da falta de uma liderança central para a mesma. O Comendador de Londres, que antes já colaborava com o Comendador-Geral de Boigny irá apoiar ao novo Grão-Mestre. Porém o Papa Pio IV, sem conhecer (ou sem reconhecer) a nomeação de Jean de Levis como Grão-Mestre, nomeia a Fra' Giannotto Castiglioni, Comendador-Geral de Cápua, como Grão-Mestre da Ordem. A nomeação de Fra' Giannotto Castiglioni como Grão-Mestre faz com que o Fra' Jean de Levis peça demissão do posto de Grão-Mestre recebido do Rei da França, porém agora será a vez do Rei Francês a não aceitar a nomeação feita pelo Papa, e no lugar do demissionário Fra' Jean de Levis nomeia como novo Grão-Mestre ao Fra' Michel de Sèvre. 


A contenda entre o Papa e o Rei da França para determinar quem seria o verdadeiro Protetor da Ordem de São Lázaro irá piorar quando Fra' Giannotto Castiglioni, Comendador-Geral de Cápua e nomeado Grão-Mestre pelo Papa Pio IV entra em um acordo com Sua Alteza Sereníssima o Duque Emanuele Filiberto I di Savoia, e renuncia ao Grão-Mestrado de São Lázaro a seu favor em 1571. Sua Santidade o Papa Gregório XIII aceitará a nomeação do Duque de Savoia como novo Grão-Mestre Lazarista, e a pedido de Emanuele Filiberto I di Savoia, irá emitir uma Bula, datada de 13 de novembro de 1572 onde une a Ordem de São Lázaro à Ordem de São Maurício, já uma Ordem Dinástica da Casa de Savoia, criando assim a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro.


Os Reis das Espanhas, aproveitando-se de seu Direito de Padroado, ou seja, de dispor livremente da Administração da Igreja existente na Monarquia Católica (nome oficial da Espanha e do Império Espanhol) rejeitaram a união da Ordem de São Lázaro àquela de São Maurício, e dividiram os bens desta em Comendadorias para as Ordens de São Tiago, de Calatrava e de Montesa. O Rei Henri IV da França tentou obter o mesmo processo de independência para a Ordem de São Lázaro existente no Reino da França, porém não obteve o mesmo sucesso. 


Em 17 de setembro de 1604, Henri IV da França nomeou Filiberto de Nerestang Grão-Mestre da Ordem de São Lázaro. Para cumprir todas as formalidades, Henri IV enviou um Embaixador a Roma para obter do Papa a confirmação da nomeação de Nerestang e a renovação dos antigos privilégios da Ordem no Reino da França; no entanto, o Papa recusou-se veementemente, visto que, como tal, foi extinta para seus predecessores no Sólio Pontifício. 


Porém o Papa não se recusava a aceitar a criação de uma nova Ordem: a Ordem Religiosa-Militar de Nossa Senhora do Carmo. Em 16 de fevereiro de 1607, o Papa promulgou uma Bula chamada Pontificex Maximus autorizando o estabelecimento de uma nova Ordem, que um ano depois ele completou com a Bula Militantium Ordinum Instituto, aprovando seus Estatutos e Regras. Em 14 de abril de 1608, Henri IV nomeou Nerestang como Grão-Mestre da nova Ordem, sendo este já Grão-Mestre de São Lázaro na França e logo depois emitiu uma Carta Patente, em 31 de outubro de 1608, em virtude da qual as duas Ordens foram unidas.


Brasão da Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém


A Ordem unificada passou a dar ao Hospital Lazarista a dupla vantagem de ser a mais antiga das ordens militares da França, e ao Grão-Mestre Nerestang, uma arma diplomática de enorme importância: quando havia uma necessidade de exaltar as antigas glórias da Cavalaria, a Ordem de São Lázaro era invocada; quando era necessário um favor de Roma, era pronunciado em nome da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo, pois a ela o Papa nada negava.


Os Reis da França passaram a criar e conceder Comendadorias Hereditárias da Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar de N. S. do Monte Carmelo e de S. Lázaro de Jerusalém, para assim garantirem a continuidade da Ordem francesa. As Comendadorias Hereditárias eram divisões administrativas da Ordem, cuja chefia cabia a um Comendador Hereditário, que podia admitir Cavaleiros e demais Membros plenos da Ordem em sua própria Comendadoria. 


Neste período nove franceses Cavaleiros da Ordem, junto de suas famílias, deixaram à França e partiram para o Principado de Mesolcina, onde foram recebidos por Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Antonio VII Trivulzio-Galli que, levando em grande consideração sua herança Capetiana, solicita ao Rei Cristianíssimo a criação de uma Comendadoria Hereditária da Real Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém em Mesolcina, a qual o Rei concedeu naquele mesmo ano. Em 1707 morre o Príncipe Soberano de Mesolcina Don Antonio VII Trivulzio-Galli, sendo sucedido, no Trono do Principado e como Comendador Hereditário da Ordem no Principado por seu filho o Príncipe Don Antonio VIII Trivulzio-Galli, Príncipe Soberano de Mesolcina e Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico. 


O Conde de Provença, irmão do Rei Louis XVI (que mais tarde também viria a reinar como Louis XVIII da França) foi o maior Grão-Mestre da história da Ordem, sendo o responsável pelas condecorações que a Ordem até hoje usa em Mesolcina, bem como pela concessão do lema ATAVIS ET ARMIS, que muitas pessoas erroneamente julgam ser da Ordem medieval de São Lázaro. 


Foi também S.A.R. o Conde de Provença quem, a fim de demonstrar que a Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém era a Ordem de Cavalaria mais antiga da França, patrocinou uma investigação, a fim de apontar os nomes de todos os Cavaleiros que haviam sido Mestres-Gerais da Ordem em Jerusalém, e depois Grão-Comendadores da Ordem em Boigny, antes da nomeação de Fra' Jean de Levis. O Conde de Provença assim, por meio de um Decreto, confirmado pelo Rei, seu irmão, deu honras de Grão-Mestres a todos os antigos Mestres-Gerais de Jerusalém e Grão-Comendadores de Boigny, fazendo que a Ordem Lazarista na França tivesse uma lista, mais ou menos ininterrupta, de 1099 até nossos dias. 

 

Desta forma, passou a existir duas Ordens que reclamavam a herança da antiga Ordem de São Lázaro, a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, da Casa de Savóia, e a Ordem de Nossa senhora do Carmo e de São Lázaro, na França. Salientamos que, a Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro do Principado de Mesolcina é herdeira da Ordem Francesa, em nada competindo com a Ordem Sabauda em seus direitos.


A evolução da Cruz da Ordem de São Lázaro de Jerusalém e suas sucessoras: nº1 a Cruz amelfitana verde, concedida aos Cavaleiros franceses da Ordem de São Lázaro pelo Rei Carlos V. Nº 2 a Cruz da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém. Nº 3 a Cruz da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro.

A Ordem existiu na França de modo pleno e independente de 1608 a 1824, quando, após a morte do Rei Louis XVIII, seu irmão, o Rei Carlos X, ordenou que a Chancelaria da Legião de Honra publicasse um documento oficial, pelo qual anunciava que não se realizavam no Reino da França nomeações para a Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém desde 1788, e, por desejo de Sua Majestade Cristianíssima, a Ordem deveria deixar de existir no Reino da França.

 

Como as nomeações mantiveram-se ininterruptas no Principado de Mesolcina, o Príncipe Soberano decidiu manter as investiduras de novos Cavaleiros e Damas, de modo a manter vivo o ramo mesoano da Ordem.

 

Mais tarde o Rei Carlos X renuncia ao posto de Protetor da Ordem em 1830 e nega-se a nomear um novo Grão-Mestre da Ordem para o Reino da França, de modo que o Príncipe Soberano de Mesolcina assuma o Grão-Magistério da Ordem em seu próprio Principado. Sua Alteza o Príncipe Don Andrea II Trivulzio-Galli, 14º Príncipe de Mesolcina e 8º Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico aceita o convite dos Cavaleiros Lazaristas residentes em seus Domínios, e passa a ser seu Grão-Mestre, posto este que transforma em hereditário logo em seguida.

 

Desta forma, desde 1830 os Príncipes de Mesolcina são os Grão-Mestres da Ordem Religiosa-Militar de N.S. do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, e mantém constantes nomeações para a Ordem.


Cruz Magistral da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina

No Brasil o antigo Presidente Getúlio Vargas e sua esposa foram agraciados com a Grã-Cruz da Ordem, entre outras várias outras personalidades militares e civis.


Já a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro manteve-se como uma Ordem Dinástica da Casa de Savoia, sendo que seus Grão-Mestres sempre foram os Chefes da Casa de Savoia, servindo a Ordem como Ordem premial na evolução de seu Estado: primeiro no Ducado de Savoia, depois no Reino da Sardenha e por fim no Reino da Itália.


A Ordem de São Lázaro de Jerusalém, como uma Ordem independente, deixou de existir formalmente em 1572, porém com um processo de extinção que já havia começado no início do século XV. Apesar da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro ser a Ordem escolhida pela Santa Igreja como a sucessora em Direito Canônico para a Ordem de São Lázaro de Jerusalém, é fato que a Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém é a continuadora da tradição francesa da Ordem Lazarista. 


Se poderia questionar se seria possível assim uma "aproximação" entre as duas Ordens continuadoras da extinta Ordem de São Lázaro de Jerusalém: a Ordem Sagrada, Religiosa-Militar e Hospitalar dos Santos Maurício e Lázaro e a Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina, porém isso não seria possível por um simples fato: ambas as Ordens não possuem ligação alguma, apenas compartilham um legado em comum, deixado pela extinta Ordem de São Lázaro de Jerusalém, porém, nada além disso, nunca ambas as Ordens tendo tido nem ao menos um único Grão-Mestre em comum...


Mas essa diferença nunca criou inimizades entre ambas as Ordens! Ao contrário, já existiram numerosos Cavaleiros que foram membros de ambas as Ordens, e existem até nossos dias Cavaleiros e Damas que compartilham ambos os hábitos, no mais puro exemplo da Cavalaria Católica.


Na próxima reportagem do Corriere della Mesolcina vamos ver o "fenômeno" da criação de 1910 da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro. 


Anexo 1: Lista dos Grão-Mestres da Ordem de São Lázaro e da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de 1099 até nossos dias:


Considerados Grão-Mestres por decisão do Rei Louis XVIII da França:

1. Beato Blessed Gerard (1099-1120)

Fundador da Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém (Ordem de Malta), depois de contrair lepra, retira-se ao Lazareto de Jerusalém, onde junto de outros Cavaleiros leprosos, cria a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém.

 

2. Boyant Roger (1120-1131)

Reitor do Hospital Lazarista, e Mestre dos Cavaleiros de São Lázaro

 

3. Jean (... 1131 ...)

Sobrenome e datas exatas são desconhecidas

 

4. Barthélémy (... 1153 ...)

Sobrenome e datas exatas são desconhecidas

Cavaleiro Templário, que após ser contagiado pela lepra, uniu-se aos Cavaleiros Hospitalares de São Lázaro, conforme exigido pela Regra dos Cavaleiros na Terra Santa.

 

5. Itier o Hector (... 1154 ...)

Sobrenome e datas exatas são desconhecidas

 

6. Hughes de Saint-Paul (... 1155 …)

As datas exatas são desconhecidas

 

7. Raymond du Puy 1157-1159)

II Grão-Mestre da Ordem de São João de Jerusalém,

Adentrou ao Hospital de São Lázaro após contrair lepra.

 

8. Rainier o Lambert (... 1164 ...)

Sobrenome e datas exatas são desconhecidas

 

9. Raymond (… 1168 …)

Sobrenome e datas exatas são desconhecidas

 

10. Gérard de Montclar (... 1169...)

Sobrenome e datas exatas são desconhecidas

 

11. Bernard (1185-1186)

Sobrenome desconhecido

 

12. Gauthier de Neufchâtel [Walter de Novo Castro] (1228-1234)

Mestre da Ordem em Burton Lazars, Inglaterra, antes de converter-se em Mestre Geral

 

13. Reynald de Fleury (1234-1254)

 

14. Jean de Meaux (... 1267 ...)

Referido como Preceptor Geral da Ordem

Datas exatas são desconhecidas

 

15. Thomas de Sainville (1277-1312)

Referido como Mestre Geral da Ordem

Transferiu a Sede da Ordem a Boigny, na França

 

16. Sir Adam de Veau (... 1327)

Datas exatas são desconhecidas

Mestre da Ordem em Burton Lazars, Inglaterra, antes de converter-se em Mestre Geral em Boigny

 

17. Jean de Paris (1332-1348)

 

18. Jean de Couraze (... 1354 ...)

Datas exatas são desconhecidas

 

19. Jean le Comte (... 1355 ...)

Datas exatas são desconhecidas

 

20. Jacques de Besnes (1368-1384)

 

21. Pierre des Ruaux (1413-1454)

 

22. Guillaume Des Mares (... 1460 ...)

Datas exatas são desconhecidas

 

23. Jean le Cornu (1469-1493)

 

24. François d’Amboise (1493-1500)

Sobrinho de Aimery d’Amboise, Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, dita de Rodes

 

25. Agnan de Mareul (1500-1519)

 

26. François de Bourbon, Conde de Saint-Paul (1519-1521)

Referido como Comendador de Boigny

 

27. Claude de Mareul (1521-1554)

Sobrinho de Agnan de Mareul

 

28. Jean Conti (1554-1557)

 

Verdadeiros Grão-Mestres de Direito e de Facto

29. Jean de Lévis (1557-1564)

Cavaleiro Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, dita de Rodes, dita de Malta

Confirmado como Grão-Mestre da Ordem Militar e Hospitalar de San Lázaro com a Bula Papal Nos igitur

 

30. Michel de Seurre ou de Sèvre (1564-1571)

Cavaleiro da Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, dita de Rodes

Manteve os privilégios Magistrais após demitir-se do posto de Grão-Mestre

 

31. François Salviati (1578-1586)

Vicário Geral desde 1571 até 1578

Cavaleiro e Embaixador da Soberana Ordem de Malta

Parente, e conselheiro da Rainha Catarina de’ Médici

 

32. Michel de Seurre ou de Sèvre (1586-1593)

Reassumiu o posto de Grão-Mestre após a morte de François Salviati

 

33. Aymard de Clermont de Chastes (1593-1603)

Marechal da Ordem de Malta y Vice-Almirante da Francia

 

34. Jean-Charles de Gayand de Monterolles (1603-1604)

Sobrinho de Aymard de Clermont de Chastes

 

35.Philibert, I Marquês de Nérestang (1604-1620)

Grão-Mestre do Ramo Francês de San Lázaro e mais tarde da Ordem Militar de Nossa Senhora do Monte Carmelo, Ordens Reunidas em 1608 pelo Reo Henri IV da França

 

36. Claude, II Marquês de Nérestang (1620-1639)

Filho de Philibert

 

37. Charles, III Marquês de Nérestang (1639-1644)

Filho de Claude

 

38. Charles-Achille, IV Marquês de Nérestang (1645-1673)

Irmão de Charles

 

39. François-Michel le Tellier, Marquês de Louvois (1673-1691)

Vicário Geral da Ordem, com Privilégios Magistrais

 

40. Philippe de Courcillon, Marquês de Dangeau (1691-1720)

 

41. S.A.S. Príncipe Louis, Duque de Orléans, Chartes, Valois, Nemours y Montpensier, Príncipe do Sangue (1720-1752)

 

42. S.A.R. Príncipe Louis de Francia, Duque de Berry, Filho da França (1757-1773)

Mais tarde Rei Louis XVI (desde 1774)

 

43. S.A.R. Príncipe Louis Stanislas Xavier da França, Conde de Provença, Duque d’Anjou, Filho da França (1773-1814) Protetor da Ordem até 1830

Irmão do Rei Louis XVI

Foi o Conde de Provença quem concede a Ordem o seu lema ATAVIS ET ARMIS.

Mais tarde Rei Louis XVIII desde 1814, quando Renuncia ao Grão-Magistério, mas torna-se Protetor da Ordem entre 1814 a 1824, quando morre.

Em 1824, a Chancelaria da Legião de Honra publicou um documento oficial, pelo qual anuncia que não se realizavam nomeações para a Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém desde 1788, e, por desejo de Sua Majestade Cristianíssima, a Ordem deveria deixar de existir no Reino da França.

O Rei Carlos X renuncia ao posto de Protetor da Ordem em 1830 e nega-se a nomear um novo Grão-Mestre da Ordem para o Reino da França, de modo que o Príncipe Soberano de Mesolcina assuma o Grão-Magistério da Ordem em seu próprio Principado.

 

44. S.A.S. Don Andre I Trivulzio-Galli, 7º Príncipe de Mesolcina, 2º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (1814-1824)

Comendador Hereditário da Ordem no Principado de Mesolcina entre 1800 a 1814. Mestre da Ordem em Mesolcina entre 1814 a 1824.

 

45. S.A.S. Don Andre II Trivulzio-Galli, 8º Príncipe de Mesolcina, 3º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (Mestre entre 1824 a 1830, Grão-Mestre entre 1830 a 1841)

Até 1824 havia sido Mestre da Ordem em Mesolcina. Em 1830, com o abandono do Grão-Mestrado da Ordem por Sua Majestade Cristianíssima o Rei Carlos X, torna-se Grão-Mestre da Ordem em seu próprio Principado. Durante o exílio da Família Real Francesa junto ao Principado de Mesolcina durante o seu Reinado, sua posição como Grão-Mestre Hereditário e Protetor da Ordem foi confirmada por Sua Majestade Cristianíssima o Rei Carlos X da França, a quem Angelo I concede o Grão-Colar da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, Grão-Colar aceito pelo Rei, em sinal da aprovação da continuação da Ordem em Mesolcina.

 

46. S.A.S. Don Angelo I Trivulzio-Galli, 9º Príncipe de Mesolcina, 4º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (1841-1885)

 

47. S.A.S. Don Francesco VIII Trivulzio-Galli, Duque de Settefrati, 10º Príncipe de Mesolcina, 5º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (1885-1918)

Renuncia ao Grão-Mestrado da Ordem junto de sua Abdicação ao Trono de Mesolcina em 1918. Faleceu no Brasil, em 1945.

 

48. S.A.S. Don Pedro IV Trivulzio-Galli, Duque de Melfi, 11º Príncipe de Mesolcina, 6º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (*1891/ 1945-1979)

Mesmo após a perda do Trono de Mesolcina (de facto em 1918, e de jus em 1920) continua a criar Cavaleiros da Ordem em seu exílio. Dá um novo Estatuto para a Ordem em 1930, em comemoração ao centenário da Ordem em Mesolcina.

 

49. S.A.S. Don Verginio I Francesco Trivulzio-Galli, Duque de Alvito, 12º Príncipe de Mesolcina, 7º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (1979-2012)

 

50. S.A.S. Don Angelo II Eugenio Trivulzio-Galli, Duque de Bojano, 13º Príncipe de Mesolcina, 8º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (2012-2013)

Abdicou de seu posto de Chefe da Casa Principesca de Mesolcina em 2013, e por consequência, do posto de Grão-Mestre da Ordem

 

51. S.A.S. Don Andre III Frederico Trivulzio-Galli, Duque de Venosa, 14º Príncipe de Mesolcina, 9º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (2013-?)



Anexo 2: Lista dos Grão-Mestres da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro de 1572 até nossos dias:

1. S.A.S. Emanuele Filisbero I di Savoia, Duque de Savoia (1572-1580)

2. S.A.S. Carlo Emanuele I di Savoia, Duque de Savoia (1580-1630)

3. S.A.S. Vittorio Emedeo I di Savoia, Duque de Savoia (1630-1637)

4. S.A.S. Francesco Giacinto di Savoia, Duque de Savoia (1637-1638)

5. S.A.S. Carlo Emanuele II di Savoia, Duque de Savoia (1638-1675)

6.  S.M. Vittorio Amedeo II di Savoia, Duque de Savoia e depois Rei da Sardenha (1675-1730)

7. S.M. Carlo Emanuele III di Savoia, Rei da Sardenha (1730-1773)

8. S.M. Vittorio Amedeo III di Savoia, Rei da Sardenha (1773-1796)

9. S.M. Carlo Emanuele IV di Savoia, Rei da Sardenha (1769-1802)

    Abdicou do Trono e do Grão-Mestrado da Ordem em 1802, vindo a falecer em 1819)

10. S.M. Vittorio Emanuele I di Savoia, Rei da Sardenha (1802-1824)

11. S.M. Carlo Felice I di Savoia, Rei da Sardenha (1824-1831)

12. S.M. Carlo Alberto I di Savoia, Rei da Sardenha (1831-1849)

    Abdicou do Trono e do Grão-Mestrado da Ordem, vindo a falecer na cidade do Porto, em Portugal.

13. S.M. Vittorio Emanuele II di Savoia, Rei da Sardenha, e depois Rei da Itália (1849-1878)

14. S.M. Umberto I di Savoia, Rei da Itália (1878-1900)

15. S.M. Vittorio Emanuele III di Savoia, Rei da Itália (1900-1946)

     Abdicou do Trono e do Grão-Mestrado da Ordem em 1946, vindo a falecer um ano depois.

16. S.M. Umberto II di Savoia, Rei da Itália (1946-1983)

     Foi destronado do Trono Italiano com a proclamação da República em 1946

17. S.A.R. Amedeo di Savoia, Duque d'Aosta e depois Duque de Savoia (1983-2021)

18. S.A.R. Aimone di Savoia, Duque de Savoia e d'Aosta (atual Grão-Mestre e Chefe da Casa de Savoia)