Fiéis Leitores do Corriere della Mesolcina, o vosso site predileto (e também único) que trata acerca das Ordens de Cavalaria, do Fons Honorum, da Heráldica, Genealogia e História com maestria e a dose do típico "humor ácido" tão característico deste Príncipe que vos escreve.
Hoje a temática que me move a escrever esta matéria é ao mesmo tempo simples, e praticamente um enigma da história das Ordens de Cavalaria: A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém continua mesmo hoje viva dentro da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro ou dentro da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro, ou ela é uma Ordem totalmente extinta?
A maioria dos Fiéis Leitores deve pensar que a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém é uma ordem de cavalaria que existe até nossos dias, afinal de contas, eu mesmo sou Cavaleiro da Grã-Cruz de Justiça da mesma... porém isso não é verdade. A Ordem de São Lázaro de Jerusalém, como veremos a seguir, foi declarada extinta pela Santa Sé pela Bula de 13 de Novembro de 1572 (como veremos a seguir), e a Ordem de São Lázaro de Jerusalém, que hoje existe, é uma organização caritativa criada em 1910, como veremos na próxima matéria.
Mas vamos às origens destas Ordens:
A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém foi instituída pela Bula do Papa Alexandre IV de 11 de abril de 1255. A Ordem era composta inicialmente por Cavaleiros das demais Ordens Religiosas-Militares existentes na Terra Santa: A Ordem de São João (hoje dita de Malta), a Ordem Teutônica, a Ordem do Santo Sepulcro e a Ordem do Templo. Quando um Cavaleiro de uma destas Ordens contraísse lepra, que era naquele tempo a doença mais temida, deveria imediatamente abandonar a sua própria Ordem e ingressar no Hospital de São Lázaro, fora dos muros de Jerusalém, onde, basicamente, esperariam morrer isolados do mundo.
Esta situação durou até que o Grão-Mestre da Ordem de São João, o Bem-Aventurado Fra' Blessed Gerrard contraiu lepra, e seguindo as normas, teve de abandonar o Grão-Magistério de sua Ordem, e ingressar no lazareto. Ao chegar lá Fra' Blessed conhece uma grande quantidade de Cavaleiros que, apesar de terem contraído a lepra, tinha plenas condições físicas de lutarem (algo muito mais desejado para um Cavaleiro sempre foi morrer em campo de batalha, combatendo os inimigos da Fé, do que morrer inválido encima de uma cama...) e desta forma os arregimentou.
De fato os Cavaleiros de São Lázaro, como ficaram conhecidos, tomaram parte em importantes batalhas na defesa do Reino Latino de Jerusalém, porém a sua importância nunca foi tamanha, comparada às demais Ordens de Cavalaria: por exemplo, ao contrário de todas as Ordens Religiosas-Militares, a Ordem de São Lázaro não recebeu uma Cruz Heráldica nem uma bandeira do Papa na sua Bula de reconhecimento (sim, fiel leitor, lestes bem: a famosa cruz "maltesa" - na verdade Cruz de Amelfi - verde foi concedida pelos Reis da França, séculos depois, como veremos a seguir).
Com a queda do Reino Latino de Jerusalém os Cavaleiros Lazaristas, já especializados no cuidado de leprosos, foram convidados por diversos Príncipes à voltarem para à Europa, onde poderiam auxiliar a cuidar da enfermidade.
A importância da Ordem medieval de São Lázaro era realmente tão reduzida que ela nem ao menos tinha um Grão-Mestre. Antes da queda do Reino Latino de Jerusalém, todos os Cavaleiros obedeciam ao Mestre-Geral de Jerusalém, porém após a perda da Terra Santa, e a dispersão dos últimos Cavaleiros em diversas regiões da Europa cada "região" da Ordem de São Lázaro passou a escolher seu próprio superior geral. Assim os Lazaristas na França deviam obediência ao Grão-Comendador de Boiny; os da Itália, ao Comendador-Geral de Cápua; os da Inglaterra ao Comendador de Londres; os do Sacro Império, em geral, davam obediência ao Comendador de Brandenburgo ao mesmo tempo que os da Península Ibérica prestavam obediência ao Comendador de Castela.
Esta pluralidade de líderes dentro da medieval Ordem de São Lázaro levou a uma série de complicações administrativas. vez que, sem um comando geral, as ações da Ordem não podiam ir além dos domínios, comendadorias e hospitais das diversas "obediências".
Para tentarem sanar esta difícil situação, os Papas tentaram, a partir do ano de 1400 unir toda a Ordem de São Lázaro e a unificar à Ordem de São João (Ordem de Malta), porém esta tentativa será frustrada pelos Cavaleiros, que negaram-se a adentrar à Ordem de Malta: apenas os Cavaleiros que davam obediência ao Comendador de Brandenburgo aceitaram a fusão.
Mais tarde, em 1557, o Rei da França irá nomear o Comendador-Geral de Boigny Fra' Jean de Levis como Grão-Mestre da Ordem, para assim tentar sanar o problema da falta de uma liderança central para a mesma. O Comendador de Londres, que antes já colaborava com o Comendador-Geral de Boigny irá apoiar ao novo Grão-Mestre. Porém o Papa Pio IV, sem conhecer (ou sem reconhecer) a nomeação de Jean de Levis como Grão-Mestre, nomeia a Fra' Giannotto Castiglioni, Comendador-Geral de Cápua, como Grão-Mestre da Ordem. A nomeação de Fra' Giannotto Castiglioni como Grão-Mestre faz com que o Fra' Jean de Levis peça demissão do posto de Grão-Mestre recebido do Rei da França, porém agora será a vez do Rei Francês a não aceitar a nomeação feita pelo Papa, e no lugar do demissionário Fra' Jean de Levis nomeia como novo Grão-Mestre ao Fra' Michel de Sèvre.
A contenda entre o Papa e o Rei da França para determinar quem seria o verdadeiro Protetor da Ordem de São Lázaro irá piorar quando Fra' Giannotto Castiglioni, Comendador-Geral de Cápua e nomeado Grão-Mestre pelo Papa Pio IV entra em um acordo com Sua Alteza Sereníssima o Duque Emanuele Filiberto I di Savoia, e renuncia ao Grão-Mestrado de São Lázaro a seu favor em 1571. Sua Santidade o Papa Gregório XIII aceitará a nomeação do Duque de Savoia como novo Grão-Mestre Lazarista, e a pedido de Emanuele Filiberto I di Savoia, irá emitir uma Bula, datada de 13 de novembro de 1572 onde une a Ordem de São Lázaro à Ordem de São Maurício, já uma Ordem Dinástica da Casa de Savoia, criando assim a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro.
Os Reis das Espanhas, aproveitando-se de seu Direito de Padroado, ou seja, de dispor livremente da Administração da Igreja existente na Monarquia Católica (nome oficial da Espanha e do Império Espanhol) rejeitaram a união da Ordem de São Lázaro àquela de São Maurício, e dividiram os bens desta em Comendadorias para as Ordens de São Tiago, de Calatrava e de Montesa. O Rei Henri IV da França tentou obter o mesmo processo de independência para a Ordem de São Lázaro existente no Reino da França, porém não obteve o mesmo sucesso.
Em 17 de setembro de 1604, Henri IV da França nomeou
Filiberto de Nerestang Grão-Mestre da Ordem de São Lázaro. Para cumprir todas
as formalidades, Henri IV enviou um Embaixador a Roma para obter do Papa a
confirmação da nomeação de Nerestang e a renovação dos antigos privilégios da
Ordem no Reino da França; no entanto, o Papa recusou-se veementemente, visto
que, como tal, foi extinta para seus predecessores no Sólio Pontifício.
Porém o Papa não se recusava a aceitar a criação de uma nova
Ordem: a Ordem Religiosa-Militar de Nossa Senhora do Carmo. Em 16 de fevereiro
de 1607, o Papa promulgou uma Bula chamada Pontificex Maximus autorizando o
estabelecimento de uma nova Ordem, que um ano depois ele completou com a Bula
Militantium Ordinum Instituto, aprovando seus Estatutos e Regras. Em 14 de
abril de 1608, Henri IV nomeou Nerestang como Grão-Mestre da nova Ordem, sendo
este já Grão-Mestre de São Lázaro na França e logo depois emitiu uma Carta
Patente, em 31 de outubro de 1608, em virtude da qual as duas Ordens foram
unidas.
Brasão da Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém |
A Ordem unificada passou a dar ao Hospital Lazarista a dupla vantagem
de ser a mais antiga das ordens militares da França, e ao Grão-Mestre
Nerestang, uma arma diplomática de enorme importância: quando havia uma
necessidade de exaltar as antigas glórias da Cavalaria, a Ordem de São Lázaro
era invocada; quando era necessário um favor de Roma, era pronunciado em nome
da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo, pois a ela o Papa nada negava.
Os Reis da França passaram a criar e conceder Comendadorias Hereditárias da Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar de N. S. do Monte Carmelo e de S. Lázaro de Jerusalém, para assim garantirem a continuidade da Ordem francesa. As Comendadorias Hereditárias eram divisões administrativas da Ordem, cuja chefia cabia a um Comendador Hereditário, que podia admitir Cavaleiros e demais Membros plenos da Ordem em sua própria Comendadoria.
Neste período nove franceses Cavaleiros da Ordem, junto de suas famílias, deixaram à França e partiram para o Principado de Mesolcina, onde foram recebidos por Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Antonio VII Trivulzio-Galli que, levando em grande consideração sua herança Capetiana, solicita ao Rei Cristianíssimo a criação de uma Comendadoria Hereditária da Real Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém em Mesolcina, a qual o Rei concedeu naquele mesmo ano. Em 1707 morre o Príncipe Soberano de Mesolcina Don Antonio VII Trivulzio-Galli, sendo sucedido, no Trono do Principado e como Comendador Hereditário da Ordem no Principado por seu filho o Príncipe Don Antonio VIII Trivulzio-Galli, Príncipe Soberano de Mesolcina e Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico.
O Conde de Provença, irmão do Rei Louis XVI (que mais tarde também viria a reinar como Louis XVIII da França) foi o maior Grão-Mestre da história da Ordem, sendo o responsável pelas condecorações que a Ordem até hoje usa em Mesolcina, bem como pela concessão do lema ATAVIS ET ARMIS, que muitas pessoas erroneamente julgam ser da Ordem medieval de São Lázaro.
Foi também S.A.R. o Conde de Provença quem, a fim de demonstrar que a Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém era a Ordem de Cavalaria mais antiga da França, patrocinou uma investigação, a fim de apontar os nomes de todos os Cavaleiros que haviam sido Mestres-Gerais da Ordem em Jerusalém, e depois Grão-Comendadores da Ordem em Boigny, antes da nomeação de Fra' Jean de Levis. O Conde de Provença assim, por meio de um Decreto, confirmado pelo Rei, seu irmão, deu honras de Grão-Mestres a todos os antigos Mestres-Gerais de Jerusalém e Grão-Comendadores de Boigny, fazendo que a Ordem Lazarista na França tivesse uma lista, mais ou menos ininterrupta, de 1099 até nossos dias.
Desta forma, passou a existir duas Ordens que reclamavam a
herança da antiga Ordem de São Lázaro, a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, da
Casa de Savóia, e a Ordem de Nossa senhora do Carmo e de São Lázaro, na França.
Salientamos que, a Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro do Principado
de Mesolcina é herdeira da Ordem Francesa, em nada competindo com a Ordem
Sabauda em seus direitos.
A Ordem existiu na França de modo pleno e independente de
1608 a 1824, quando, após a morte do Rei Louis XVIII, seu irmão, o Rei Carlos
X, ordenou que a Chancelaria da Legião de Honra publicasse um documento oficial,
pelo qual anunciava que não se realizavam no Reino da França nomeações para a
Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém desde
1788, e, por desejo de Sua Majestade Cristianíssima, a Ordem deveria deixar de existir
no Reino da França.
Como as nomeações mantiveram-se ininterruptas no Principado
de Mesolcina, o Príncipe Soberano decidiu manter as investiduras de novos
Cavaleiros e Damas, de modo a manter vivo o ramo mesoano da Ordem.
Mais tarde o Rei Carlos X renuncia ao posto de Protetor da
Ordem em 1830 e nega-se a nomear um novo Grão-Mestre da Ordem para o Reino da
França, de modo que o Príncipe Soberano de Mesolcina assuma o Grão-Magistério
da Ordem em seu próprio Principado. Sua Alteza o Príncipe Don Andrea II
Trivulzio-Galli, 14º Príncipe de Mesolcina e 8º Príncipe do Sacro Império
Romano-Germânico aceita o convite dos Cavaleiros Lazaristas residentes em seus
Domínios, e passa a ser seu Grão-Mestre, posto este que transforma em
hereditário logo em seguida.
Desta forma, desde 1830 os Príncipes de Mesolcina são os
Grão-Mestres da Ordem Religiosa-Militar de N.S. do Monte Carmelo e de São
Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, e mantém constantes nomeações para a
Ordem.
Cruz Magistral da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina |
No Brasil o antigo Presidente Getúlio Vargas e sua esposa
foram agraciados com a Grã-Cruz da Ordem, entre outras várias outras
personalidades militares e civis.
Já a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro manteve-se como uma Ordem Dinástica da Casa de Savoia, sendo que seus Grão-Mestres sempre foram os Chefes da Casa de Savoia, servindo a Ordem como Ordem premial na evolução de seu Estado: primeiro no Ducado de Savoia, depois no Reino da Sardenha e por fim no Reino da Itália.
A Ordem de São Lázaro de Jerusalém, como uma Ordem independente, deixou de existir formalmente em 1572, porém com um processo de extinção que já havia começado no início do século XV. Apesar da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro ser a Ordem escolhida pela Santa Igreja como a sucessora em Direito Canônico para a Ordem de São Lázaro de Jerusalém, é fato que a Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém é a continuadora da tradição francesa da Ordem Lazarista.
Se poderia questionar se seria possível assim uma "aproximação" entre as duas Ordens continuadoras da extinta Ordem de São Lázaro de Jerusalém: a Ordem Sagrada, Religiosa-Militar e Hospitalar dos Santos Maurício e Lázaro e a Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém, de Boigny e de Mesolcina, porém isso não seria possível por um simples fato: ambas as Ordens não possuem ligação alguma, apenas compartilham um legado em comum, deixado pela extinta Ordem de São Lázaro de Jerusalém, porém, nada além disso, nunca ambas as Ordens tendo tido nem ao menos um único Grão-Mestre em comum...
Mas essa diferença nunca criou inimizades entre ambas as Ordens! Ao contrário, já existiram numerosos Cavaleiros que foram membros de ambas as Ordens, e existem até nossos dias Cavaleiros e Damas que compartilham ambos os hábitos, no mais puro exemplo da Cavalaria Católica.
Na próxima reportagem do Corriere della Mesolcina vamos ver o "fenômeno" da criação de 1910 da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro.
Anexo 1: Lista dos Grão-Mestres da Ordem de São Lázaro e da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de 1099 até nossos dias:
Considerados Grão-Mestres por decisão do Rei Louis XVIII da França:
1. Beato Blessed Gerard (1099-1120)
Fundador da Ordem Militar e Hospitalar de São João de
Jerusalém (Ordem de Malta), depois de contrair lepra, retira-se ao Lazareto de
Jerusalém, onde junto de outros Cavaleiros leprosos, cria a Ordem Militar e
Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém.
2. Boyant Roger (1120-1131)
Reitor do Hospital Lazarista, e Mestre dos Cavaleiros de São
Lázaro
3. Jean (... 1131 ...)
Sobrenome e datas exatas são desconhecidas
4. Barthélémy (... 1153 ...)
Sobrenome e datas exatas são desconhecidas
Cavaleiro Templário, que após ser contagiado pela lepra,
uniu-se aos Cavaleiros Hospitalares de São Lázaro, conforme exigido pela Regra
dos Cavaleiros na Terra Santa.
5. Itier o Hector (... 1154 ...)
Sobrenome e datas exatas são desconhecidas
6. Hughes de Saint-Paul (... 1155 …)
As datas exatas são desconhecidas
7. Raymond du Puy 1157-1159)
II Grão-Mestre da Ordem de São João de Jerusalém,
Adentrou ao Hospital de São Lázaro após contrair lepra.
8. Rainier o Lambert (... 1164 ...)
Sobrenome e datas exatas são desconhecidas
9. Raymond (… 1168 …)
Sobrenome e datas exatas são desconhecidas
10. Gérard de Montclar (... 1169...)
Sobrenome e datas exatas são desconhecidas
11. Bernard (1185-1186)
Sobrenome desconhecido
12. Gauthier de Neufchâtel [Walter de Novo Castro]
(1228-1234)
Mestre da Ordem em Burton Lazars,
Inglaterra, antes de converter-se em Mestre Geral
13.
Reynald de Fleury (1234-1254)
14. Jean
de Meaux (... 1267 ...)
Referido como Preceptor Geral da Ordem
Datas exatas são desconhecidas
15. Thomas de Sainville (1277-1312)
Referido como Mestre Geral da Ordem
Transferiu a Sede da Ordem a Boigny, na França
16. Sir Adam de Veau (... 1327)
Datas exatas são desconhecidas
Mestre da Ordem em Burton Lazars, Inglaterra, antes de converter-se
em Mestre Geral em Boigny
17. Jean de Paris (1332-1348)
18. Jean de Couraze (... 1354 ...)
Datas exatas são desconhecidas
19. Jean le Comte (... 1355 ...)
Datas exatas são desconhecidas
20. Jacques de Besnes (1368-1384)
21. Pierre des
Ruaux (1413-1454)
22. Guillaume
Des Mares (... 1460 ...)
Datas exatas são desconhecidas
23. Jean le Cornu (1469-1493)
24. François d’Amboise (1493-1500)
Sobrinho de Aimery d’Amboise, Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar
e Hospitalar de São João de Jerusalém, dita de Rodes
25. Agnan de Mareul (1500-1519)
26. François de Bourbon, Conde de Saint-Paul (1519-1521)
Referido como Comendador de Boigny
27. Claude de Mareul (1521-1554)
Sobrinho de Agnan de Mareul
28. Jean Conti (1554-1557)
Verdadeiros Grão-Mestres de Direito e de Facto
29. Jean de Lévis (1557-1564)
Cavaleiro Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de
Jerusalém, dita de Rodes, dita de Malta
Confirmado como Grão-Mestre da Ordem Militar e Hospitalar de
San Lázaro com a Bula Papal Nos igitur
30. Michel de Seurre ou de Sèvre (1564-1571)
Cavaleiro da Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João
de Jerusalém, dita de Rodes
Manteve os privilégios Magistrais após demitir-se do posto
de Grão-Mestre
31. François Salviati (1578-1586)
Vicário Geral desde 1571 até 1578
Cavaleiro e Embaixador da Soberana Ordem de Malta
Parente, e conselheiro da Rainha Catarina de’ Médici
32. Michel de Seurre ou de Sèvre (1586-1593)
Reassumiu o posto de Grão-Mestre após a morte de François
Salviati
33. Aymard de Clermont de Chastes (1593-1603)
Marechal da Ordem de Malta y Vice-Almirante da Francia
34. Jean-Charles de Gayand de Monterolles (1603-1604)
Sobrinho de Aymard de Clermont de Chastes
35.Philibert, I Marquês de Nérestang (1604-1620)
Grão-Mestre do Ramo Francês de San Lázaro e mais tarde da
Ordem Militar de Nossa Senhora do Monte Carmelo, Ordens Reunidas em 1608 pelo
Reo Henri IV da França
36. Claude, II Marquês de Nérestang (1620-1639)
Filho de Philibert
37. Charles, III Marquês de Nérestang (1639-1644)
Filho de Claude
38. Charles-Achille, IV Marquês de Nérestang (1645-1673)
Irmão de Charles
39. François-Michel le Tellier, Marquês de Louvois
(1673-1691)
Vicário Geral da Ordem, com Privilégios Magistrais
40. Philippe de Courcillon, Marquês de Dangeau
(1691-1720)
41. S.A.S. Príncipe Louis, Duque de Orléans, Chartes,
Valois, Nemours y Montpensier, Príncipe do Sangue (1720-1752)
42. S.A.R. Príncipe Louis de Francia, Duque de Berry,
Filho da França (1757-1773)
Mais tarde Rei Louis XVI (desde 1774)
43. S.A.R. Príncipe Louis Stanislas Xavier da França,
Conde de Provença, Duque d’Anjou, Filho da França (1773-1814) Protetor
da Ordem até 1830
Irmão do Rei Louis XVI
Foi o Conde de Provença quem concede a Ordem o seu lema
ATAVIS ET ARMIS.
Mais tarde Rei Louis XVIII desde 1814, quando Renuncia ao
Grão-Magistério, mas torna-se Protetor da Ordem entre 1814 a 1824, quando
morre.
Em 1824, a Chancelaria da Legião de Honra publicou um
documento oficial, pelo qual anuncia que não se realizavam nomeações para a
Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém desde
1788, e, por desejo de Sua Majestade Cristianíssima, a Ordem deveria deixar de
existir no Reino da França.
O Rei Carlos X renuncia ao posto de Protetor da Ordem em
1830 e nega-se a nomear um novo Grão-Mestre da Ordem para o Reino da França, de
modo que o Príncipe Soberano de Mesolcina assuma o Grão-Magistério da Ordem em
seu próprio Principado.
44. S.A.S. Don Andre I Trivulzio-Galli, 7º Príncipe
de Mesolcina, 2º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (1814-1824)
Comendador Hereditário da Ordem no Principado de Mesolcina
entre 1800 a 1814. Mestre da Ordem em Mesolcina entre 1814 a 1824.
45. S.A.S. Don Andre II Trivulzio-Galli, 8º Príncipe
de Mesolcina, 3º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (Mestre entre
1824 a 1830, Grão-Mestre entre 1830 a 1841)
Até 1824 havia sido Mestre da Ordem em Mesolcina. Em 1830,
com o abandono do Grão-Mestrado da Ordem por Sua Majestade Cristianíssima o Rei
Carlos X, torna-se Grão-Mestre da Ordem em seu próprio Principado. Durante o
exílio da Família Real Francesa junto ao Principado de Mesolcina durante o seu
Reinado, sua posição como Grão-Mestre Hereditário e Protetor da Ordem foi
confirmada por Sua Majestade Cristianíssima o Rei Carlos X da França, a quem
Angelo I concede o Grão-Colar da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do
Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, Grão-Colar
aceito pelo Rei, em sinal da aprovação da continuação da Ordem em Mesolcina.
46. S.A.S. Don Angelo I Trivulzio-Galli, 9º Príncipe
de Mesolcina, 4º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (1841-1885)
47. S.A.S. Don Francesco VIII Trivulzio-Galli, Duque de
Settefrati, 10º Príncipe de Mesolcina, 5º Duque de Mesolcina, Príncipe do
Sangue Capetiano (1885-1918)
Renuncia ao Grão-Mestrado da Ordem junto de sua Abdicação ao
Trono de Mesolcina em 1918. Faleceu no Brasil, em 1945.
48. S.A.S. Don Pedro IV Trivulzio-Galli, Duque de Melfi,
11º Príncipe de Mesolcina, 6º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano
(*1891/ 1945-1979)
Mesmo após a perda do Trono de Mesolcina (de facto em 1918,
e de jus em 1920) continua a criar Cavaleiros da Ordem em seu exílio. Dá um
novo Estatuto para a Ordem em 1930, em comemoração ao centenário da Ordem em
Mesolcina.
49. S.A.S. Don Verginio I Francesco Trivulzio-Galli,
Duque de Alvito, 12º Príncipe de Mesolcina, 7º Duque de Mesolcina, Príncipe do
Sangue Capetiano (1979-2012)
50. S.A.S. Don Angelo II Eugenio Trivulzio-Galli, Duque
de Bojano, 13º Príncipe de Mesolcina, 8º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue
Capetiano (2012-2013)
Abdicou de seu posto de Chefe da Casa Principesca de
Mesolcina em 2013, e por consequência, do posto de Grão-Mestre da Ordem
51. S.A.S. Don Andre III Frederico Trivulzio-Galli, Duque de Venosa, 14º Príncipe de Mesolcina, 9º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sangue Capetiano (2013-?)
Anexo 2: Lista dos Grão-Mestres da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro de 1572 até nossos dias:
1. S.A.S. Emanuele Filisbero I di Savoia, Duque de Savoia (1572-1580)
2. S.A.S. Carlo Emanuele I di Savoia, Duque de Savoia (1580-1630)
3. S.A.S. Vittorio Emedeo I di Savoia, Duque de Savoia (1630-1637)
4. S.A.S. Francesco Giacinto di Savoia, Duque de Savoia (1637-1638)
5. S.A.S. Carlo Emanuele II di Savoia, Duque de Savoia (1638-1675)
6. S.M. Vittorio Amedeo II di Savoia, Duque de Savoia e depois Rei da Sardenha (1675-1730)
7. S.M. Carlo Emanuele III di Savoia, Rei da Sardenha (1730-1773)
8. S.M. Vittorio Amedeo III di Savoia, Rei da Sardenha (1773-1796)
9. S.M. Carlo Emanuele IV di Savoia, Rei da Sardenha (1769-1802)
Abdicou do Trono e do Grão-Mestrado da Ordem em 1802, vindo a falecer em 1819)
10. S.M. Vittorio Emanuele I di Savoia, Rei da Sardenha (1802-1824)
11. S.M. Carlo Felice I di Savoia, Rei da Sardenha (1824-1831)
12. S.M. Carlo Alberto I di Savoia, Rei da Sardenha (1831-1849)
Abdicou do Trono e do Grão-Mestrado da Ordem, vindo a falecer na cidade do Porto, em Portugal.
13. S.M. Vittorio Emanuele II di Savoia, Rei da Sardenha, e depois Rei da Itália (1849-1878)
14. S.M. Umberto I di Savoia, Rei da Itália (1878-1900)
15. S.M. Vittorio Emanuele III di Savoia, Rei da Itália (1900-1946)
Abdicou do Trono e do Grão-Mestrado da Ordem em 1946, vindo a falecer um ano depois.
16. S.M. Umberto II di Savoia, Rei da Itália (1946-1983)
Foi destronado do Trono Italiano com a proclamação da República em 1946
17. S.A.R. Amedeo di Savoia, Duque d'Aosta e depois Duque de Savoia (1983-2021)
18. S.A.R. Aimone di Savoia, Duque de Savoia e d'Aosta (atual Grão-Mestre e Chefe da Casa de Savoia)
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