Por Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Andrea Federico Albert Giangiacomo Teodoro Pio Valente Giuseppe Maria Gonzaga Trivulzio-Galli, Príncipe do Real Sangue Capetiano, Duque de Mesolcina, Conde-Duque d'Alvito, Marquês de Castel Goffredo, Conde de Dreux, Visconde de Beu, Conde de Melzo, etc.
Sei que, entre os monarquistas brasileiros, há quase que uma completa aderência ao chamado "Ramo de Vassouras" da Dinastia Imperial Brasileira, e eu mesmo, incluo-me entre estes. Todavia, o ramo primogênito da Princesa Dona Isabel de Bragança, Princesa Imperial do Brasil e o Príncipe do Sangue Luiz Gastão d'Orléans, Conde d'Eu, conservam sim direitos dinásticos ao Trono: da França!
E aqui vão duas direções também opostos. Há aqui no Brasil muitos defensores dos chamados "direitos orleanistas", defendidos que eram pelo falecido Príncipe Dom Luiz Gastão, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e pelo atual Chefe da Casa Imperial do Brasil. Ambos os príncipes defendiam estas estranha posição, para assim mostrarem-se mais "afáveis" para com o Duque d'Orléans (que também gosta de usar o título, da Monarquia de Julho, de Conde de Paris).
Ocorre que, o que muitos dos ditos "orleanistas brasileiros" não sabem, é que ao defender a tese orleanista, em detrimento dos Direitos Legitimistas, se excluiriam da linha de sucessão ao Trono da França, não apenas os Bourbon, mas também todos os Orléans-Bragança! Se poderia questionar, mas, por qual motivo o falecido e o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil defendem a tese orleanista, que os remove da condição dinástica na França? Isso parece simples de responder: pois possuem a condição de Dinastas no Brasil... assim, os únicos lesados com esta política pró-orleanista são os Príncipes de Orléans-Bragança, que não tendo condição dinástica no Brasil, assim também ficariam sem a mesma na França.
Todavia, como os caros leitores deste site sabem, sou um Príncipe do Real Sangue Capetiano: descendente agnático do Rei Louis VI de França, por meio de seu filho, Robert de França, dos quais descendem os Conde de Dreux. E, como um Príncipe da Raça dos Reis de França, um Príncipe da Flor-de-Lis, não posso ter outro posicionamento político que não ser um Legitimista: uma vez que as Leis Fundamentais do Reino sempre deixaram claro que o filho mais velho do Ramo mais velho da Dinastia Capetiana seria o Rei da França (reinante ou não): os Bourbons são mais velhos que o Orléans. Dentro dos diversos ramos da Casa Capetiana de Bourbon, o mais velho é o de Sua Alteza Real o Príncipe Louis Alfonso de Bourbon, Duque d'Anjou. Está assim resolvida a questão: o Chefe da Casa Real da França não é nenhum "Conde de Paris", mas sim Louis XX de Bourbon, Duque d'Anjou!
E antes que venha algum tolo argumentar que "pela paz de Utrecht Felipe, Duque d'Anjou abriu mão, pra si e para sua descendência, dos direitos ao Trono da França, para assim ocupar o trono da Espanha, e por isso os Orléans são os de melhor direito": digo apenas: poupe minha inteligência! A Paz de Utrecht, assinada em 1713, foi quebrada já em 1756 pela Guerra dos Sete Anos, que foi apenas findada por um novo Tratado Internacional, o Tratado da Paz de Paris, de 1763, onde se reverteram muitos dos temas do próprio Tratado de Utrecht. E mesmo se a Guerra dos Sete Anos nunca tivesse existido, o texto do Tratado de Utrecht é claro: Felipe de Bourbon, Duque d'Anjou, abriria mão para si da Coroa de França, caso este, sendo Rei de Espanha, herdasse o Trono Francês. Aí se deixava claro que a intenção da Paz de Utrecht era a de que a Espanha e a França não compartilhassem o mesmo Rei, nunca foi intenção das potência envolvidas na Paz de Utrecht retirar qualquer direito dinástico dos Bourbons-Espanha ao Trono da França.
E para aqueles que possam dizer que esta interpretação da Paz de Utrecht não é a correta, aqui vai uma declaração, do período do Antigo Regime, no qual o próprio Rei Louis XVI é claro ao afirmar que os Bourbons espanhóis não são apenas dinastas na França, mas sim, que o Rei da Espanha é o "Chefe do Segundo Ramo da Casa da França", em um documento formal, dirigido ao Rei Carlos IV da Espanha, em 1789: " J’ai choisi Votre Majesté comme chef de la seconde branche de la Maison de France pour déposer en vos mains la protestation solennelle que j’élève contre tous les actes contraires à l’autorité royale qui m’ont été arrachés par la force depuis le 15 juillet…" (em tradução, temos: "Escolhi Vossa Majestade como chefe do segundo ramo da Casa da França para depositar em suas mãos o solene protesto que levanto contra todos os atos contrários à autoridade real que me foram arrancados à força desde 15 de julho…")
Deixando assim, mais uma vez claro que as pretensões orealistas são uma besteira, vamos agora aos Direitos do Ramo mais velho do Conde d'Eu e da Princesa Isabel.
Brasão do Chefe do "Ramo de Petrópolis", S.A.R. o Conde d'Eu |
Os descendentes primogênitos de Sua Alteza Imperial a Princesa Dona Isabel de Bragança, Princesa Imperial do Brasil, e de seu esposo, Sua Alteza Imperial Luiz Gastão d'Orléans, Príncipe do Sangue da França, Conde d'Eu, Príncipe Imperial Consorte do Brasil, tradicionalmente levam o título de Príncipes Titulares d'Orléans-Bragança. Este título, afirmam alguns, nasce por meio do Pacto de Bruxelas, todavia, essa explicação é muito vaga, por dois motivos:
1) para aceitar que a Casa d'Orléans teria Fons Honorum para criar um título, só se fosse em reclamação ao Trono da Monarquia de Julho (Rei "dos Franceses"), mas não ao Trono da França.
2) Anos depois, o Duque d'Orléans (Conde de Paris) irá dizer que tal título não existe, e se existir, "não faz parte da realeza francesa, mas sim apenas um título de nobreza".
Todavia, a origem do título de Príncipe de Orléans-Bragança é muito mais antigo, e dá-se pelo direito de que todos os descendentes agnáticos do Rei Hugo I Capeto, levam o título de Príncipes do Sangue. Após o Tratado de Montmartre, de 1662, onde o Rei Louis XIV mudou as Leis Fundamentais do Reino da França, limitando a Sucessão aos Capetíngios descendentes do Rei São Louis IX (luisíadas), e não mais a todos os Capetíngios descendentes do Rei Hugo I Capeto (capetianos não luisíadas), os dois Ramos não luisíadas da Dinastia Capetiana perderam seus Direitos ao Trono da França: o Ramo de Dreux (minha própria família) e o Ramo de Courtenay (que alguns dizem que estão extintos, mas tenho minhas sérias dúvidas genealógicas quanto a isso...). Passaram a existir assim dois títulos de Príncipes do Sangue: os Príncipes do Sangue da França: para os luisíadas, ou seja, para os Príncipes do Sangue que, sendo descendentes de São Louis IX eram dinastas franceses; e os Príncipes do Real Sangue Capetiano: para os não luisíadas, ou seja, para os Capetíngios que, por não serem descendentes de São Louis IX, já não eram mais dinastas na França, porém se reconheciam seus direitos como Capetianos. Também se deram outros títulos a nós, os Dreux e os Courtenay, como por exemplo "príncipes do lírio" ou ainda "príncipes da flor-de-lis", bem como "príncipes da Raça dos Reis de França"... foram todos belos títulos, porém que maquiam uma triste realidade: a que por meio da vontade do "Rei Sol", e a anuência do Parlamento de Paris, se restringiu a sucessão francesa a assim chamada Augustíssima Casa de Bourbon, e não mais a antiga Dinastia Capetíngia...
Porém, minhas "amarguras" como um Príncipe Capetíngio não luisíada à parte, fato é que os Príncipes de Orléans-Bragança são sim Príncipes do Sangue da França! Se usam o título de "Orléans-Bragança" no lugar de "do Sangue da França" é um direito deles, como dinastas da Casa da França. Porém para isso, devem aceitar que o Chefe da Real Casa da França é Sua Alteza Real o Príncipe Louis XX de Bourbon, Duque d'Anjou, e que o Duque d'Orléans (Conde de Paris) é apenas um Príncipe do Sangue cadete...
Porém outro título, que cabe por direito de nascimento aos descendentes primogênitos do Príncipe do Sangue da França Louis Gaston d'Orléans, é o título de Conde d'Eu! Tal título, um dos mais famosos do Brasil, de clara origem francesa, foi encartado no já mencionado Príncipe Louis Philippe Gaston d'Orléans, Conde d'Eu, e assim sendo, deve passar para a sua varonia legítima, como legitimamente passou, até os nossos dias!
Desta forma, são os Condes d'Eu, Príncipes d'Orléans-Bragança, Príncipes do Sangue da França:
1) S.A.R. Louis Philippe Gaston d'Orléans, Conde d'Eu (1842-1922)
2) S.A.R. Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, Conde d'Eu (1922-1940)
3) S.A.R. Dom Pedro Gastão de Orléans e Bragança, Conde d'Eu (1940-2007)
4) S.A.R. Dom Pedro Carlos de Bourbon de Orléans e Bragança, Conde d'Eu (2007-?)
Herdeiro: S.A.R. o Príncipe Hereditário de Orléans e Bragança, Dom Pedro Tiago de Bourbon de Orléans e Bragança.
Brasões dos Príncipes d'Orléans e Bragança, Condes d'Eu
Os Condes d'Eu tem um direito a um brasão próprio, que é: de blau, três flores-de-lis postas em 2-e-1 (Armas da França), tendo por diferença um lambel de goles de três pendentes, cada um carregado de 3 castelos d'ouro, postos em pala (antiga diferença do 1º Ramo Capetiano d'Artois, que entre seus título estava o de Conde d'Eu) Tal escudo é encimado pela Coroa de Príncipe do Sangue de França, forrado de blau, como Príncipes do Sangue e Pares do Reino (determinação de 1576 do Rei Henri III de França, de que todos o Príncipes do Sangue são Pares do Reino).
Como sóstenes, dois anjos vestindo túnicas vermelhas, distintivo da Casa d'Orléans.
Sendo assim, os Condes d'Eu, do Ramo de Petrópolis, por sua senioridade em relação ao Ramo de Vassouras, não devem utilizar as armas "simples d'Orléans", pois possuem um título próprio para si, o de Conde d'Eu, que lhes dá direito a Armas próprias.
Mesmo caso queiram manter um brasão de armas próprio para o título de Príncipe de Orléans e Bragança, Sua Alteza Real o Conde d'Eu deve dar prioridade ao lambel de goles, com os castelos, de sua própria Casa, ao invés do lambel de prata, dos Duques d'Orléans: casa da qual descende, mas que já mostrou, ao longo destes últimos 150 anos, que não mais depende.
Assim ficariam as Armas do Conde d'Eu, como Príncipe d'Orléans e Bragança:
Ou, caso queiram utilizar sem os anjos, o uso seriam assim:
O importante, é que os monarquistas respeitem o direito de Dom Pedro Carlos, ou de seu filho e herdeiro, Dom Pedro Tiago, Príncipes do Sangue de França, de usarem o título de Conde d'Eu que lhes cabe por direito, bem como, ao brasão de armas que possuem por direito de nascimento. E para isso, é importante salientar que a "investidura" do título de "Conde d'Eu" no Príncipe do Sangue Foulques d'Orléans "duque de Aumale" é uma das tantas falácias orleanistas: é comum ao Duque d'Orléans (Conde de Paris) conceder títulos, que já possuem dono, e assim tentar reassumir alguma preponderância:
Foi assim com o título de Conde d'Eu, que pertence ao Ramo mais velho dos Orléans-Bragança, mas que tentou conceder ao dito Foulques d'Orléans em 1974, todavia, este não o aceitou (quem sabe por respeito aos verdadeiros Condes d'Eu, em Petrópolis?) e pediu o título de "duque de Aumale".
Foi assim com o título de Conde de Dreux, que cabe ao autor deste ensaio, como Chefe da Principesca e Ducal Casa de Mesolcina, descendente agnática e legítima dos Condes de Dreux, pelo Ramo dos Viscondes de Beu, que concedeu em 2014 a um Orléans que nunca teve a menor relação com o título patronímico da minha Família.
Mas se, o Duque d'Orléans, na sua sanha de tentar roubar títulos alheios fez o mesmo inclusive com o título de Duque d'Anjou, que cabe ao Chefe da Real Casa da França, e o concedeu a um sobrinho seu, que no máximo, pode ser intitulado Duque Consorte de Cadaval...
Desejamos coragem a Suas Altezas Reais os Príncipes do Sangue da França Dom Pedro Carlos e Dom Pedro Tiago de Orléans e Bragança, para que possam, desde já, tomar posse do uso de seu título de Conde d'Eu, e de seu apropriado brasão de armas, e que, para o fazer, demonstrem que não aceitam o dito "Conde de Paris" como Chefe da Casa da França, mas sim, Sua Alteza Real o Príncipe Louis XX de Bourbon, Duque d'Anjou, parentes deles, inclusive, uma vez que descendem de Sua Alteza a Infanta Doña Maria de la Esperanza Amália Raniera María del Rocío Luiza Gonzaga de Bourbon y Orléans, parente próxima do Duque d'Anjou.
Todos os brasões são desenhados e propriedade de Sua Alteza Sereníssima Don Andrea Gonzaga Trivulzio-Galli, Príncipe e Duque de Mesolcina. Proibida a reprodução sem a autorização expressa do autor. Todos os direitos reservados.
Para falar com Sua Alteza Sereníssima o Príncipe e Duque de Mesolcina, envie e-mail para o Secretariado Privado do Príncipe, através do e-mail mesolcina.it@gmail.com
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